Let’s play a game
Called hide and seek
You hide I’ll found you
With the words I speak
Serve esta quadra, sacada a um tema dos Arrested Development, para apresentar “Ollie Ollie Oxen Free” (Ghost Editions, 2016), um livro-jogo para o qual se espreita, preferencialmente, com um dos olhos fechados.
Ollie Ollie Oxen Free é um já muito antigo jogo de palavras inglês, usado nos jogos das escondidas e que serve para indicar que o jogo terminou e que todos podem deixar os seus esconderijos e ir para casa – ou, quem sabe, começar tudo outra vez.
Com fotografias e ideia de David-Alexandre Guéniot, o livro leva o pequeno leitor a uma casa onde parece não haver ninguém. As páginas folheiam-se rapidamente, de trás para a frente, e nem sinal de Kiara, Jules ou Gustavo. Porém, após uma visita mais atenta a esta casa feita de papel, o leitor começará a imaginar risos ou respirações pesadas, escondidos por entre as paredes de papel.
Para que o leitor consiga descobrir alguém neste jogo das escondidas, será necessário fazer algo de muito estranho e pouco habitual no que toca à leitura: transformar o livro num binóculo tubular e procurar em sítios tão insuspeitos como armários que guardam produtos de limpeza, roupeiros ou no pacato escritório.
Um jogo das escondidas transformado em livro infantil onde, no lugar das ilustrações, estão fotografias avessas à manipulação. Um lugar onde os mais pequenos poderão ver que a arte, tal como a vida, é feita de criatividade, experimentação, estranheza e, muitas vezes, sem desenhos.
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