Os contos de fadas, reis e rainhas encantam; sempre encantaram e continuarão sempre a enfeitiçar-nos. “O Pequeno Robot de Madeira e a Princesa de Lenha” (Fábula, 2023) é um excelente exemplo disso. Tal como todos os contos de fadas, o começo é encantatório e misterioso, fazendo-nos recuar no tempo, alheando-nos do mundo real e centrando toda a nossa atenção na narrativas e personagens.
Era uma vez um reino distante, onde um rei e uma rainha desejavam ser pais, encontrando dificuldades em realizar tão grande desejo. Um dia, o “rei foi falar com a inventora real e a rainha foi visitar uma velha bruxa sábia que vivia na floresta”. A inventora e a bruxa recorreram a todas as artes, magia e engenho, tornndo possível o maior dos desejos. Finalmente, os reis foram pais. Os filhos, o robot e a princesa, ambos de madeira, foram amados e acarinhados pelos seus pais. A felicidade reinava no castelo, mas um dia a princesa desapareceu. O pequeno robot parte então numa aventura perigosa e audaz, tudo para trazer a sua irmã de volta a casa. Conseguirá?
“O Pequeno Robot de Madeira e a Princesa de Lenha” é um livro que abraça a banda desenhada, o texto narrativo e a ilustração, mas também perigosas aventuras, ímpares histórias de amor – maternal e fraternal -, admiráveis e mágicas narrativas de perseverança, coragem e solidariedade. Este é um livro para ler e dar a ler.
As guardas, iniciais e finais, padronizadas, induzem o leitor ao conteúdo da narrativa: longos troncos, talvez das belíssimas árvores da floresta, onde habitam múltiplos objectos e alguns animais. Será que a história começa aqui?
Este foi o primeiro livro de Tom Gauld editado em Portugal, autor que já se encontra publicado em francês, italiano, espanhol e em muitas outras línguas. Foi considerado o melhor livro ilustrado pelo New York Times, Financial Times e Booklist, e selecionado para integrar o prestigiado catálogo White Ravens. Tom Gauld é um ilustrador e cartoonista escocês, e os seus trabalhos surgem regularmente em publicações de referência como The Guardian, The New York Times e The New Yorker.
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