Poeta, compositor, músico, cartoonista e autor de livros para crianças. Foram estas as actividades profissionais e sobretudo criativas praticadas por Sheldon Allan “Shell” Silverstein, autor americano nascido em 1932 e que nos deixou em 1999, vítima de um ataque cardíaco – tinha então 66 anos. De origem judaica, começou a desenhar e a escrever aos 12 anos, não chegando a terminar o curso de Arte – relativamente à experiência universitária, disse a certa altura ter sido um desperdício, e que poderia ter aproveitado esse tempo para viajar pelo mundo e conhecer pessoas.
Com o selo da Bertrand Editora, chegou recentemente às livrarias “O Pedaço que Falta Encontra o Grande O” (Bertrand Editora, 2020), esperando-se agora que mais títulos de Silerstein possam chegar às livrarias portuguesas, juntando-se aos anteriores “A Árvore Generosa” (bruáa, 2008), “Quem Quer Um Rinoceronte Barato?” (bruáa, 2010) e “O Pedaço que Falta” (Bertrand Editora, 2019), este último o primeiro livro que nos apresenta ao Grande O.
“O pedaço que falta estava sozinho… à espera de alguém que aparecesse e o levasse a algum lado”. Um arranque em forma de história da carochinha que nos conduz ao Grande O que, qual Xamã circular, conduz o pedaço à completude, à boleia de um enigmático mantra que ele aos poucos tratará de desvendar: “As pontas desgastam-se a as formas mudam”.
Silverstein conta-nos, através destes desenhos a preto longe da perfeição ou da esquadria geométrica, uma história sobre a auto-descoberta e a procura da identidade, a inevitável mudança e a inquietude do espírito, lembrando que, mais do que esperar por algo ou alguém que nos complete, deveremos tratar de nos fazer ao caminho, aceitando a imperfeição como parte daquilo que nos torna únicos.
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