Judith Kerr é uma das autoras mais admiradas e populares do Reino Unido, tendo alguns dos seus livros recebido o rótulo de clássicos da literatura infantil. Depois de há dois anos ter chegado às livrarias portuguesas “Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa”, e aproveitando os tempos modernos em que gatos e gatinhos se passeiam como estrelas de cinema no facebooks e instagrams desta vida, é a vez da gata Mog surgir de garras afiadas e orgulhosamente em dose dupla com “Mog, a Gata Esquecida” (Booksmile, 2017) e “Mog e o Bebé” (Booksmile, 2017).
“Mog, a Gata Esquecida” começa por apresentar o pequeno leitor a toda a família: o Sr. e a Sra. Thomas, a Debbie, o Nicky e, claro, a Mog, uma gata querida mas esquecida e não muito esperta: lavava-se pela metade, não se lembrava de ter comido (às vezes não comia mesmo) e, muitas vezes, pensava que era um pássaro. Esquecia-se até da portinhola especial que para ela tinham construído, o que fazia com que fosse constantemente para o parapeito da cozinha miar.
Aos poucos e seguindo a deixa do Sr. Thomas – “Levem aquela gata!” -, todos parecem querer que Mog faça as malas, até que esta, ainda que de forma acidental, mostra a todos uma nova e muito bem-vinda faceta.
Em “Mog e o Bebé”, o pequeno Nicky apanha uma valente constipação e fica em casa a brincar com a Mog: ao apanha a corda, aos cães maus e aos ataques de cócegas. A certa altura, o clima de festa é interrompido pela Sra. Clutterbuck, que traz consigo um bebé muito chorão que, ao ver a Mog, solta um valente Ggggg, dando início a uma série de perseguições e amassos. Mog é toda ela infelicidade, o bebé chega mesmo a comer-lhe o peixe que estava a guardar para mais tarde. Será que a Mog é pouco dada à vida de ama seca?
As ilustrações respiram classicismo, com uma paleta de cores pouco dada à exuberância e personagens desenhadas com grande expressividade – os olhos da gata são uma delícia. Nas livrarias estão já disponíveis mais dois números da colecção: “O Natal da Mog” e “Mog e o Coelhinho”.
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