“Marvel Zombies: Preto, Branco & Sangue” (G. Floy, 2024) é mais um volume da colecção Preto, Branco & Sangue que, traduzida na linguagem das cores, é qualquer coisa como uma colectânea de histórias curtas, assinadas por diversos autores com estilos normalmente distintos, remetidos à trilogia cromática constituída por preto, branco e vermelho.

Talvez pelo facto de o imaginário colectivo dos zombies não andar muito longe do espírito Walking Dead, este é talvez um dos livros menos entusiasmantes da colecção. Propõe-se um novo estilo de lutas de arena, a que só uma amizade robusta consegue pôr fim; acompanhamos o Cavaleiro da Lua e Khonshu na luta contra o desejo de Osíris dar cabo disto tudo (com o Homem de Ferro a ajudar); partilhamos a melancolia do filósofo Reed do Quarteto Fantástico, numa contagem de sete dias para travar, em modo sozinho contra o mundo, uma pandemia zombie; travamos amizade com Bill, o irmão ajuramentado de Thor que segue a caminho de Asgard, atacado por “invasores de que nunca ouvira falar”; embarcamos com Apache na sua última missão, antes de uma mordida fazer das suas; seguimos com o Gavião Arqueiro e a Viúva Negra na busca de um refúgio, com a forte crença de que enquanto há música há esperança; Blade, agora dedicado ao pepel de exterminador, já “sente saudades desses fanfarrões coloridos” – vulgo outros super-heróis; Frank Castle, mais conhecido como Justiceiro, não perdeu a habilidade para a matança, decidindo ainda assim jogar pelo seguro numa visita ao laboratório da defunta Dra. Stone; mas há também zombaria na vida selvagem, mostrando que nisto das mordidelas não há lugar para esquisitices.

O destaque maior vai para “Ju Ju e a dádiva da conta de insecto”, de Peach Momoko e Zack Davisson, que nos traz uma mulher fantasmagórica que, ao pescoço, carrega um colar de línguas, que poderá ser fundamental para mudar o destino do mundo. Se a ordem de publicação se manter fiel à original, o próximo convidado da colecção será Alien.
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