“Killing Eve” (Minotauro, 2019) é um thriller que se lê de um fôlego, que não cede ao esmero linguístico e ao léxico fluente. Um livro inacabado que deixa, na última página, a certeza de um recomeço e da continuidade da acção.
Luke Jennings é escritor e jornalista, finalista do prémio Samuel Johnson e indicado para o Booker Prize. “Killing Eve” foi adaptado pela HBO, tendo-se transformado numa série britânica de grande êxito internacional.
Villanelle – nome de código inventado após a protagonista experimentar uma fragância de âmbar numa elegante boutique de perfumes em Paris – é o nome de uma assassina implacável, uma verdadeira psicopata anti-social com evidente fascínio pela visão dos rostos que vivem os últimos momentos da vida e que mata das formas mais distintas e imprevisíveis, a mando de uma organização oculta e poderosa investigada pelo serviços de inteligência SVC (russo) e M15 e M16 (britânicos).
A acção, com todos os ingredientes para prender o leitor, desenrola-se maioritariamente em Paris. Muitas vezes em ambientes luxuosos, dos quais Villanelle desfruta usufruindo, paralelamente, de encontros sexuais pontuais, que apenas servem para acalmar o seu desejo sexual – encontros aleatórios mas igualmente intensos, seja com homens ou mulheres. Afinal, esta é uma assassina sem consciência, culpa ou fraquezas.
Eve Polastri é, por sua vez, uma agente do M16 com uma missão quase impossível: encontrar, capturar ou matar Villanelle, pondo este desiderato acima da sua vida pessoal e correndo elevados riscos. A ideia do autor é tornar –e fá-lo com grande sucesso – esta saga numa saga de perseguição apenas centrada entre duas mulheres jovens, inteligentes e sedutoras, mas situando uma no mundo do crime e outra no mundo da segurança nacional.
A perseguição que esta ficção encerra é alucinante e diversificada, tanto em cenários como em personagens, eivada de mortes (algumas cruéis) e testando todos os limites, numa escrita bem pensada e profusa em diálogos. A trama está bem urdida, e o livro só peca por não ter o final que o leitor almejaria, deixando-o em suspenso até ao próximo livro.
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