“O poder sinistro que nasce dos sentimentos negativos dos humanos como a agonia, o arrependimento e a vergonha conduz as pessoas à morte. O estudante Itadori Yuji, detentor de um esplêndido talento atlético, acabou por compartilhar o seu corpo com Sukuna, engolindo o seu dedo, um objecto poderoso e maléfico, de modo a derrotar as maldições que apareceram na sua escola. Yuji quase foi exorcisado, mas acaba por ser transferido pelo professor Gojo (do Grupo Especializado de Jujutsu) para a Escola de Jujitsu, onde começa a estudar Jujitsu com Fushiguro e Kugisaki. Professores e alunos são chamados para uma missão de nível especial. Itadori tenta então derrotá-la trocando de corpo com Sukuna…”
É este o resumo do primeiro volume de Jujutsu Kaisen, uma das mais recentes séries a contar com edição pela Devir, que mistura feitiçaria e culinária com a mestria de um chef bem bebido. Em “Jujutsu Kaisen 2” (Devir, 2022), Sukuna decide, de forma a ganhar vantagem nas negociações, arrancar o coração de Itadori, mantendo-o refém numa espécie de limbo que apenas ele conhece. Isto porque, para os restantes humanos, Itadori já era.
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Com os alunos do 3º ano suspensos, é tempo de os novatos serem convidados para um evento social com a Escola de Quioto, que consiste em lutas entre feiticeiros onde a única regra é não matar. O convite parte dos alunos do 2º ano, encabeçados por um quarteto de respeito: Senpai Zenin, a melhor a utilizar armas amaldiçoadas; Senpai Inumaki, um génio na arte dos encantamentos (com o léxico reduzido a ingredientes de ovas de salmão – ou Onigiri); Senpai Panda, com aquele ar de boss final dos jogos de lutas; e Senpai Okk Otsu, de momento no estrangeiro.
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Quanto às maldições, nascidas do ódio ou de intenções assassinas, consideram ser os verdadeiros humanos, fazendo planos para riscar os outros do mapa. Para tal, irão precisar de duas coisas: impossibilitar o Gojo Satoru de lutar e, pelo caminho, fazer uma aliança com Itadori Yuji. Entretanto, num lugar entre o céu e a terra – ou qualquer coisa mais estranha -, Itadori e Sukura vão negociando um contrato de sangue, ainda que nenhum deles – sobretudo Itadori – pareça dar grande importância às letras pequenas.
Em grande destaque neste volume está também o Gokumonkyou, um objecto amaldiçoado que funciona como uma prisão no limite de dois mundos, que serve para prender alguém no seu interior; um estranho treino de luta que envolve ver filmes com um peluche – aparentemente – fofinho; um monstro que, segundo Itadori, “tem o Monte Fuji na cabeça!”; ou, ainda, energia maléfica com muita matemática à mistura. Tal como no anterior volume, os mantras e suspiros filosóficos vão crescendo como cogumelos: “a injustiça da vida foi repartida pela humanidade de forma justa” ou, a uma maior profundidade, “aquilo em que tu tocaste foi o infinito que nos separa”. Esta série promete.
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