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“Este Livro Mata” | Ravena Guron

Por Pedro Miguel Silva · Em 20/12/2024

Se, em tempos mais ou menos recentes, nos habituámos a ouvir falar de Romantasy, o género literário que funde Romance com Fantasia, talvez seja de arranjar um nome para os muitos policiais com veia adolescente – ou jovem adulta – que enchem livrarias, na senda de autoras como Holly Jackson ou Karen M. McManus – Crimeteen Novels, ou algo mais apurado.

“Este Livro Mata” (Asa, 2024), assinado pela britânica Ravena Guron, é um desses exemplares, que nos apresenta a Jess Choudhary, uma narradora que começa por uma dissimulada declaração de intenções: “Quero deixar isto bem claro desde o início: não matei o Hugh Henry Van Boren. Nem sequer ajudei. Bem, pelo menos, não foi intencional”.

Jess frequenta um colégio interno de elite, lugar onde reina uma aparente ordem e se cultiva a excelência, mas no qual está longe de se sentir integrada. “Fizesse o que fizesse, ou por muito simpática que fosse, toda a gente me veria sempre como a miúda pobre, o caso de caridade”.

Quando o rapaz mais popular da escola é encontrado morto, Jess passa a estar sob escrutínio, até porque o assassinato deu-se da mesma forma que a personagem que ela inventou para uma aula – o que lhe vale uma mensagem anónima a agradecer a inspiração, aparentemente do assassino.

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A melhor amiga de Jess é Clem, com quem Hugh traiu Millicent Cordelia Calthrope-Newton-Rose – Millie para abreviar -, uma miúda “baixa, com cabelo curto acobreado que se erguia em tufos estranhos, e tinha um ar endiabrado que fazia com que os professores a considerassem problemática”.

Como num romance de Agatha Christie, a galeria de personagens (e suspeitos) é grande: Arthur Applewell, que “nunca apanhava sol se pudesse evitá-lo, o que significava que tinha a pele da cor de leite azedo”; Annabelle Apleweel, a sua irmã gémea, que “ressonava e gostava de pintar, bisbilhotar e exibir o dinheiro que tinha”; Tommy Poppleton, o melhor amigo de Hugh, capaz de fazer os joelhos da narradora cederem diante do seu cheiro almiscarado e as mangas arregaçadas; Lucy Huang, “ainda pior do que a Annabelle para bisbilhotar, e talvez igualmente rica” – e bolseira, como Jess; ou Hattie Fritter, colega de quarto da Clem, “uma excelente pessoa, que adorava fazer caminhadas e tudo o que tivesse que ver com a natureza”.

Ravena Guron mergulha o leitor numa história de intriga adolescente e luta de classes com humor à mistura – “Bem, talvez os escândalos geralente não envolvessem homicídios. Mas Henrique VIII matou, tipo, duas das suas esposas e a família real recuperou bem” -, onde Jess terá de descobrir o assassino de Hugh antes que este lhe trate da saúde. A certa altura diz-se que o importante não é “quem” mas sim “porquê”, mas a verdade não é bem assim: nisto dos policiais, a trama conta e muito.

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Pedro Miguel Silva

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