“Quantas espécies de seres vivos existem no planeta? Uma, duas, três, muitas!” É este o ponto de interrogação – e de partida – colocado pela pequena leitora de “Diversidade” (Nuvem de Letras, 2018), um livro que apresenta aos pequenos leitores a vida na terra – como se pode ler no subtítulo.
Uma apresentação que nos chega através de duas vozes: a da pequena leitora, curiosa e aventureira, e também a voz da ciência, que à inocência e poesia da infância responde com tiradas mais sérias como esta: “Existem duas espécies de elefantes, o africano e o asiático, e mais de 600 espécies de carvalhos”.
Neste livro assinado por Nicola Davies, formada em Zoologia e que estudou coisas tão fixes quanto baleias e morcegos – além de ter trabalhado com o canal de História Natural da BBC -, fala-se de cogumelos e micróbios, percorrem-se desertos e ilhas distantes, visitam-se lagos vulcânicos ferventes.
Ao mesmo tempo que ficamos a saber que existem cerca de quase dois milhões de espécies de seres vivos catalogados, é-nos explicado o ciclo da vida, aprendendo que todas as espécies de seres vivos fazem parte de um padrão maior, mais belo e complexo, ao qual estamos a arrancar pedaços.
No final somos apresentados às muitas espécies extintas, numa imagem pálida reflectida num quadro de museu, lembrando-nos de que, um dia, também elas fizeram parte da vida na terra. O alerta, esse, fica dado: “Seria impossível vivermos num planeta onde tivéssemos de contar ao contrário… de muitos para um”.
As ilustrações de Emily Sutton, formada na Escola de Arte de Edimburgo e graduada em Ilustração, navegam entre o desenho clássico e naturalista dos livros científicos e a vertigem experimentalista, sempre em grande formato e abundante em pormenores e cores vivas.
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