Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre os livros
Em Wall Street, basta a simples menção do nome Sigsbee Manderson para o valor das acções subir ou descer a pique. É pois com surpresa, mas sem grande tristeza, que é recebida a notícia de que o seu corpo fora encontrado com o cérebro trespassado por uma bala. Quando todos parecem alimentar um forte motivo para assassinar o magnata – desde a sua mulher até um hipotético grupo de sindicalistas descontentes –, o caso parece bloqueado. A importante tarefa de descoberta da verdade caberá ao charmoso artista e detetive amador Philip Trent, uma mente genial com uma forte tendência para se apaixonar. Considerada por Agatha Christie «uma das melhores histórias de detetives jamais escritas» e «uma narrativa de invulgar brilhantismo e charme» por Dorothy L. Sayers, “O Último Caso de Trent” surgiu em 1913 como um dos exemplos mais originais na história do género policial.
Tudo indicava, desde o começo, que o roubo do diamante dos Leggett tinha sido arquitectado no seio da própria família: as descrições atabalhoadas do evento, os testemunhos contraditórios, pistas claras para deixarem o enigmático detetive Continental Op desconfiado. Quando Gabrielle Dain Leggett, a bela e rica herdeira, desaparece sem aviso prévio, todas as atenções da investigação se voltam naturalmente para ela. A cada passo dado, um fio negro de manipulações e mentiras começa a desenlaçar-se, enquanto à volta da jovem parece existir uma maldição que assassina com violência os que a cercam. Trata-se de um esconjuro familiar ou de facto de algo muito mais humano e perigoso? Publicado originalmente em 1929, “A Maldição dos Dain” é um dos mais emocionantes policiais escritos pelo mestre Dashiell Hammett.
Sobre os autores
Edmund Clerihew Bentley nasceu em Londres em 1875. Colaborou como jornalista com várias publicações e, em 1905, lançou o seu primeiro volume de poemas. “O Último Caso de Trent” surgiu em 1913 e alcançou um êxito imediato, surpreendendo com um enredo labiríntico e envolvente que lhe valeu louvores de figuras como Dorothy L. Sayers e fixou o nome de Bentley na história da literatura de mistério. Impulsionado pelo bom acolhimento deste romance, que seria adaptado ao cinema por três vezes, E. C. Bentley publicou em 1936 a sequela “O Regresso de Trent”. Nesse mesmo ano, e até 1949, assumiu a presidência do Detection Club, tendo sido muito próximo do seu primeiro presidente, o escritor G. K. Chesterton. Faleceu em Londres, em 1956.
Dashiell Hammett nasceu em 1894, no estado de Maryland, EUA. Começou a trabalhar aos catorze anos para ajudar a sustentar a família e, em 1915, tinha então vinte e um anos, foi contratado pela Agência de Detetives Pinkerton. Este período serviu-lhe de inspiração para a escrita de policiais. A sua carreira literária iniciou-se com a publicação de contos na revista Black Mask, protagonizados desde logo pelo investigador Continental Op, um verdadeiro “duro” com vinte anos de experiência, que seria o herói do seu livro de estreia, “Colheita Sangrenta”, lançado em 1929. “O Falcão de Malta”, publicado em 1930, é a primeira obra onde surge outra das suas personagens marcantes, o detetive Sam Spade, e continua a ser até hoje o seu livro mais famoso, tendo sido frequentemente transposto para o cinema. Completam a obra essencial de Hammett os títulos “A Maldição dos Dain” (1929), “A Chave de Cristal” (1931) e “O Homem Sombra” (1934). Juntamente com Raymond Chandler, Dashiell Hammett introduziu o realismo nas histórias de detectives e é considerado o pai do género hard-boiled. Faleceu em Nova Iorque a 10 de janeiro de 1961.
Editora: Livros do Brasil
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