Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
«Se um terror semelhante chega a entrar naquela alma, quem lho há de tirar nunca mais?… o que há de ser dela e de nós?»
Na sequência da batalha de Alcácer-Quibir, onde Portugal perdeu a independência e grande parte da sua força de armas, D. Madalena de Vilhena vive atormentada pela incerteza sobre o destino do marido, D. João de Portugal, que se crê ter morrido em combate. Maria, filha de Madalena e do seu segundo (e controverso) casamento com Manuel de Sousa Coutinho, é uma jovem inteligente e frágil que, exposta à possibilidade de D. João estar vivo, se deixa consumir pela ideia de ser filha ilegítima. A chegada de um misterioso Romeiro adensará o clima de consternação.
Publicada em 1844 e escrita a partir da vida histórica de D. Manuel de Sousa Coutinho, o verdadeiro Frei Luís de Sousa, esta tragédia romântica de Almeida Garrett destaca-se por uma exímia construção dramática e é, justamente, considerado um dos textos teatrais mais emblemáticos da literatura portuguesa.

Sobre o autor
Nascido no Porto, a 4 de Fevereiro de 1799, João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett foi um dos escritores mais completos no panorama das letras portuguesas. Formado em Leis pela Universidade de Coimbra, apoia, no último ano do curso, a causa da revolução liberal de 1820, exilando-se consequentemente em Inglaterra e França. Neste seu afastamento, publica os dois títulos fundadores do Romantismo português: “Camões” (1825) e “D. Branca” (1826). No entanto, é depois do regresso definitivo a Portugal, em 1836, que se mostra mais profícuo, escrevendo um conjunto de obras, das quais se destacam a peça trágica “Frei Luís de Sousa” (1843), as inclassificáveis “Viagens na Minha Terra” (1846), ou os ousados versos de “Folhas Caídas” (1853). Aliado ao escritor está ainda Garrett, o homem cívico, que contribui para a redacção da Constituição de 1838, funda o Conservatório de Arte Dramática e encabeça o projeto de edificação do Teatro Nacional D. Maria II. Almeida Garrett morre em Lisboa, a 9 de Dezembro de 1854.
Editora: Penguin Clássicos
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