E eis que, ao segundo volume das aventuras de Charlie “Chamariz” McGuffin, Sam Copeland rebenta com a escala da boa disposição, mostrando que, no que toca a séries juvenis hilariantes, esta fez finca-pé na pole position.
Depois de “Charlie Transforma-se Numa Galinha” chega a vez de “Charlie Transforma-se Num T-Rex” (Nuvem de Letras, 2019), livro que oferece uma garantia de 100 por cento de conseguir arrancar umas boas gargalhadas ao leitor, que terá dificuldades em não fazer figura de tolo quando andar em transportes públicos ou a ler noutra qualquer situação social.
Desta vez, Charlie e companhia terão de inventar um plano para salvar a empresa do pai de Charlie, alvo de espionagem industrial por parte do consórcio Van Gunhold, gerido pelo pai do intratável Dylan, o stalker de Charlie que o tenta apanhar no acto de transformação para lhe arruinar a vida. Caso a missão corra pelo pior, Charlie terá de deixar a escola e os amigos do peito e mudar-se com a família para casa da tia Brenda, um lugar “onde reinavam os gatos malcheirosos“.
Por falar em transformação, Charlie tenta agora escolher o animal em que se irá transformar depois de sentir a electricidade a percorrer-lhe o corpo, mas a coisa não é assim tão fácil. Digamos que, durante os treinos, acaba por se transformar num gato, dando por si a certa altura a lamber o próprio rabo.
A abrir e a fechar o livro, mostra-se a troca de cartas entre autor e editores sobre a publicação deste segundo volume, que só por si valem a entrada numa livraria para levar este volume para casa. Há constantes interpelações ao leitor da parte de Sam Copeland, que chama totós aos que não leram o primeiro livro da série, bem como notas de rodapé que são de ler e chorar por mais. Quanto aos editores, desculpam-se pela publicação de livro tão fraquinho, enquanto arriscam umas reprimendas ao mais fraco autor do seu catálogo.
Como diz Mohsen a certa altura, “há muitas coisas incríveis a acontecer nas nossas vidas“. No que toca à saudável arte do disparate, este livro é certamente uma delas.
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