Depois de vários volumes a pregar ao deserto feminino, o algo naïf Denji vê-se numa posição delicada. Quando a sua relação com Makima parecia começar a rolar, eir que entra em cena Reze, uma miúda algo desbocada – e literalmente fatal – que o seduzirá com uma proposta tentadora: esquecer tudo o que tenha a ver com os monstros e fugirem juntos, numa versão mangá de amor e uma cabana.
“Boom Boom Boom” (Devir, 2024), o sexto volume da alucinada série Chainsaw Man, é mais uma sinfonia sangrenta, na qual Denji irá acordar de um sonho feliz para (re)constatar uma verdade que parece persegui-lo para todo o lado: “Meu, todas as mulheres que eu conheço acabam por me tentar matar!”.
O que se segue é uma batalha de monstros gigantes com uma assistência de luxo, num festim de vinhetas silenciosas a fazer lembrar Tetsuo, o filme de terror japonês que é qualquer coisa como o Homem-de-Ferro original.
Sempre com o amor platónico e algo ingénuo como pano de fundo, este sexto volume oferece um final com muitos segredos e mentiras, mostrando que há um mundo implacável que não está ao alcance de Denji. O choque com a realidade virá talvez mais tarde, mas por enquanto vamo-nos deliciando com pérolas como esta: “Se for para ser morto, que seja por uma mulher bonita. Esse é o meu lema”. Nada mau, mesmo.
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