18 volumes depois, a série Bia e o Unicórnio continua a ser uma das melhores para se recomendar aos mais jovens, na onda de um Calvin & Hobbes com pequenas mas muito imaginativas variações.

“Unicórnio Por Um Dia” (Nuvem de Letras), 2025), a aventura mais recente da dupla Bia Howell/Pureza de Narinas Celestiais, é mais um festim de de humor e tiradas filosóficas, onde no centro está a possibilidade de, durante um dia, Bia e Pureza trocarem de corpo, o que ambas consideram ser uma benesse temporária para as suas difíceis e sobrecarregadas vidas.
À semelhança dos anteriores volumes, há muito mais para descobrir para além da trama que dá título ao livro: aparentemente, uma borboleta pousar numa cabeça é, para os unicórnios, uma profecia nefasta – a que se juntam libelinhas, o clima, esparguete, as marés, folhas caídas, escaravelhos, sósias, os Beatles, sósias dos Beatles, pão, velas, penas, noodles, explosões, o número 3 ou o número 9745; o poder multifacetado das lágrimas; o lado cósmico de Pureza, capaz de servir consecutivas pérolas como “a causa é um presságio que anuncia o efeito”; uma criatura não falante chamada Glorp, um dragão de guloseimas e um fantasma fã de chocolate quente; a palavra unicórnia para um grupo de seres humanos, qualquer coisa como “quantidade desconfortavelmente numerosa de dedos”.

Ficamos ainda a conhecer uma das razões – ou a razão – para o pai de Bia se ter casado com a mãe desta – tem a ver com a televisão mas não dizemos tudo -, neste livro ideal para fazer dos dias um eterno e empolgante recomeço. Divertimento – e conforto – garantido para todas as idades.
Sem Comentários