Nunca, como nos dias de hoje, se começou a olhar para o circo com um olhar mais humano, preocupado com a forma em como os animais são tratados – em muitos países, o circo com animais é já uma coisa do passado.
Kirsten Sims, designer e ilustradora que vive na Cidade do Cabo (África do Sul), estreou-se nos álbuns ilustrados com “Baltasar, o Grande” (Orfeu Negro, 2016). Um livro que, como se pode ler na dedicatória da autora feita aos seus pais, transmite a sub-reptícia mensagem de “amar os animais no seu habitat natural”. Há, porém, muito mais do que isso nestas páginas, cheias de incríveis ilustrações carregadas com muito exotismo e pinceladas a aguarela, guache e tinta-da-china.
Baltasar era o melhor urso violinista do mundo, tão fantástico que era conhecido em toda a parte por Baltasar, o Grande. Uma noite, Baltasar é libertado da sua jaula durante o sono, partindo estrada fora sem ter um destino certo. Diz adeus aos velhos amigos, visita novos lugares e faz novas amizades mas, com os dias a ficarem cada vez mais frios, conseguirá ele descobrir o caminho até casa? E onde ficará, afinal, esse lugar?
“Baltasar, o Grande” é a história de uma demanda pessoal, da procura individual de um lugar seguro no planeta. Uma viagem onde, por muito tentador que seja olhar para trás, deverá estar apontada ao território ainda por desbravar. Afinal, nunca se ouviu dizer que a individualidade era pêra doce.
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