Como pode existir um serial killer quando não há vítimas, mas apenas a suspeita da repetição invisível daquilo que parece ser um método? É esta a pergunta que Allan Gudmundson, o difícil e um pouco bronco superintendente, faz a Sam Berger, inspector que acredita que Ellen Savinger, uma adolescente desaparecida há duas semanas, foi raptada por um assassino em série.
Berger sabe, porém, muito mais do que aquilo que revela aos colegas de profissão, iniciando uma investigação por conta e risco próprios que descobrirá em Nathalie, uma mulher que é toda ela um enigma, um misto de presa e de predador – e uma aliada naquilo que todos julgam ser uma caça aos gambuzinos.
Para Berger, depois dos erros cometidos no passado, o método de investigação é claro: “Começar de novo. Lançar um novo olhar. Encontrar mais erros minúsculos. Onde a execução não esteve completamente à altura da ambição“. E, acima de tudo isso, descobrir Ellen Savinger ainda com vida. Algo que fica em risco quando Berger é detido sob suspeita de assassínio, tendo de regressar a um passado arrumado em caixas de cartão de modo a poder antecipar o futuro – e a próxima jogada do assassino.
Crítico e editor, Arne Dahl é considerado um dos melhores autores de policiais nórdicos, criador de um universo policial muito próprio. “Areias Movediças” (D. Quixote, 2017), que tem como protagonistas Sam Berger e Molly Blom, é o primeiro título de uma nova série, que neste arranque olha para questões relacionadas com o bullying e a maldade juvenil. Um livro com uma boa trama, conduzido a uma velocidade surpreendente e a precisão de um Patek Philipe 2508 Calatrava.
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