Após a publicação de “O Eremita de Skellingar” e “Selkie” (ler crítica), os dois primeiros volumes de uma nova série de Thorgal criados pela equipa do escritor Yann e do artista Fred Vignaux, a editora A Seita edita mais uma aventura do Viking que veio das estrelas – e um clássico da banda desenhada mundial.

Assinado por Robin Recht, “Adeus Aaricia” (A Seita, 2024) é o primeiro volume – de seis – da Thorgal Saga, que serve de homenagem à icónica personagem criada por Van Hamme e Rosinsky através de histórias situadas fora da sua cronologia e ambientes habituais, tratando de a apresentar também a novas gerações de leitores. A ideia foi convidar autores a, tal como os escaldos percorriam a Escandinávia para cantar, cada um à sua maneira, as lendas dos heróis Vikings, construírem a sua versão de Thorgal.
“O futuro nunca é certo, Thorgal…”. As palavras são da serpente Nidhogg, dirigidas a um descrente – e sugestionável – Thorgal no crepúsculo da sua vida, entregando-lhe aquilo que parece ser um presente envenenado: o anel de Ouroboros. Apesar do ar evidente de trapaça, a tentação é enorme. Se o colocar no dedo, Thorgal poderá recuar ao passado, rever o amor da sua vida e, quem sabe, alterar o curso do tempo. Mas cedo Thorgal se dará conta da armadilha monstruosa em que caiu, coexistindo com uma versão mais nova de si próprio que tem, agora, uma esperança média de vida encurtada.

As ilustrações são incríveis, levando-nos a mergulhar na natureza como quando, logo nas primeiras vinhetas, conseguimos sentir o desconforto do frio glacial ou o espanto perante um barco a arder. Para o final fica guardado um texto de Robin Recht sobre a sua relação com Thorgal, textos sobre as várias personagens, um olhar sobre o processo criativo e o porquê da escolha de apresentação das vinhetas. Não poderia ter começado melhor esta nova série.
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