Imagina que um dia a água nos tanques, nas torneiras e mangueiras escasseia. Que as árvores estavam a perder a cor e as plantas cada vez mais pálidas. Era necessário que chovesse, que as nuvens descarregassem na Terra água, muita água. A chuva tardava. As nuvens não se avistavam. O que se estava a passar? Onde andariam as nuvens?
Lobita vê as árvores e plantas do seu jardim em sofrimento, pouco viçosas. As reservas de água diminuem. No céu não nuvens. Fazia tempo que Lobita não as via. Necessitava delas. Olhou atentamente os céus e partiu em busca das nuvens. Subiu às montanhas, atravessou a Terra dos Cactos e a Terra do Vidro, espreitou o mar, mas continuava difícil de as vislumbrar. No entanto, a caminhada continuou até que chegou a um sítio distante, desconhecido e pouco povoado – a Terra das Nuvens. Será que a Lobita conseguiu solucionar o mistério das nuvens desaparecidas?
“A Terra das Nuvens” (Orfeu Negro, 2024) é um livro delicado e inquieto. Um grito de alerta acerca da relevância de preservar o ambiente, mas também da importância da entreajuda.
As ilustrações, numa paleta de cores variada, cheia de pormenores, ampliam a mensagem textual e marca os momentos de intensidade da narrativa. As guardas, iniciais e finais, apresentam-nos a personagem principal da narrativa – as nuvens – que assumem vários formatos, mas sempre magnificas e preciosas. Um excelente livro.
Cristina Sitja Rubio nasceu na Venezuela e vive entre Barcelona e Berlim. Estou Design e Fotografia em São Francisco e Montreal. Hoje dedica-se à ilustração a tempo inteiro. Tem livros publicados um pouco por todo o mundo, e participa regularmente em exposições e eventos internacionais.
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