Setembro está à porta, mês em que as editoras regressam em grande para mostrar aos leitores o que têm preparado até ao final do ano no que a edições diz respeito. A Orfeu Negro, mantendo a tradição e o espírito, aposta numa rentrée para miúdos e graúdos, num plano de lançamentos que vai de Michel Pastoreau a Oliver Jeffers.
Depois de “Preto”, prossegue a publicação da trilogia das cores de Michel Pastoreau, um dos maiores especialistas em simbologia e heráldica. “Azul – História de uma Cor” chega às livrarias em Setembro. No mesmo mês a editora faz a sua estreia nos estudos queer e de género com “Teoria King Kong“, de Virginie Despentes, um manifesto irreverente para um novo feminismo.
Em Outubro a Orfeu encerra o plano de edições para os mais graúdos com o lançamento de dois títulos: “Técnicas do Observador“, de Jonathan Crary, que a partir da análise dos vários dispositivos ópticos que surgem no século XIX demonstra como a visão é indissociável da figura do observador. Um livro que é tido como uma referência fundamental das bibliografias de Cultura Visual e História da Arte. Há ainda “Melancolia & Arquitectura“, um livro de Diogo Seixas Lopes sobre Aldo Rossi, onde se estabelece uma relação profunda entre melancolia, perda e arquitectura.
Quanto aos mais pequenos, os últimos quatro meses de 2016 vão ser sinónimo de festa.
Para Setembro estão agendados dois lançamentos: “Ké Iz Tu?“, da ilustradora norte-americana Carson Ellis, que inventa uma nova linguagem para os animais que se passeiam por este livro, entre os quais estão dois insectos. Já “Mamã Raposa“, de Amandine Momenceau, conduz o leitor até uma floresta coberta de neve, onde uma mãe raposa perde de vista as suas crias e começa a procurá-las num labirinto de árvores. Um livro que promete muita poesia e que vai ter páginas recortadas.
Em Outubro a festa prometida é tanta que, muito provavelmente, veremos fogo-de-artifício a sair de dentro das janelas da Orfeu. Senão vejamos: Jon Klassen está de regresso para mais uma chapelada, agora com “Achámos um Chapéu“. Duas tartarugas acham um chapéu que fica bem a ambas, mas como irão decidir quem ficará com a cabeça coberta? Do grande Oliver Jeffers será publicado “Era Uma Vez Um Alfabeto” – melhor livro da Amazon em 2014 -, onde o artista transforma o alfabeto numa aventura com um toque de aventura, mistério, suspense e humor, através de 26 breves histórias onde cabem enigmas, canecas em cacos e estranhas coisas como wattirafas. Por último temos “Ahab e a Baleia Branca” – Prémio Internacional Álbum Ilustrado Edelvives 2014 -, de Manuel Marsol, onde o autor revisita o clássico dos clássicos escrito por Herman Melville.
O plano editorial da Orfeu encerra no mês de Novembro com a publicação de dois títulos carregados de espírito activista, inseridos numa colecção intitulada Livros para Amanhã: “As Mulheres e os Homens” – Prémio não-ficção Bologna Ragazzi 2016 -, de Equipo Plantel e Luci Gutierrez, lança aos mais pequenos uma questão pertinente: como combater os abusos e conquistar um mundo igualitário? Já “Há Classes Sociais“, de Equipo Plantel e Joan Negrescolor, fala de dominantes e dominados, das classes alta, média e trabalhadora, deixando também no ar uma questão para os mais pequenos conversarem com os seus botões: como traçar um futuro mais justo?
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