Recomendado pelo New York Post, pela BBC e pela Vanity Fair, o romance de estreia de Debra Jo Immergut – que, além de ter dado cursos de redação em diversas universidades do Iowa e do Maryland, leccionou a mesma matéria em estabelecimentos prisionais -, é um impressionante thriller psicológico, que tem como premissa a obsessão.
Qual a linha que separa a paixão da obsessão? Até onde vai o ser humano para satisfazê-la? Poderão realmente os caprichos e sonhos por cumprir da adolescência nortear as decisões ou indecisões do nosso ser adulto?
Frank Lundquist é um psiquiatra preso às irreais expectativas de uma infância sobredotada, que a cada dia parecem mais longe de se concretizar. Depois de uma série de maus passos na carreira e de um casamento fracassado, vê-se relegado para o fundo da carreira, preso a um trabalho mais ou menos medíocre num centro de saúde mental de um estabelecimento prisional para mulheres em Milford Basin, Nova Iorque.
Miranda Greene, filha de um ex-congressista, estrela desportiva da secundária, não vê mais razões para viver depois de ser condenada a cinquenta e dois anos de prisão por homicídio. Miranda, a paixão platónica de adolescência de Frank, de quem ela não tem recordação alguma, torna-se subitamente a sua inspiração, a chance de redenção para a criança genial que se tornou um adulto banal. Mas será a transgressão a melhor maneira de lá chegar? Serão paixão e ética deontológica compatíveis? Será verdade que “a obsessão nunca fica presa”?
“A Reclusa” (Suma de Letras, 2020) é um relato a duas vozes sobre desalento, esperança, corrupção, riscos e redenção, o desejo de partir o molde e controlar o próprio destino. Poderão duas pessoas aparentemente incompatíveis percorrer os trilhos da redenção juntos? Um livro sagaz, inteligente, para pensar e refletir com pequenos toques de humor negro, para quem não se deixa impressionar com facilidade e aprecia uma boa dose de realismo e emoções humanas, expostas numa linguagem simples e crua.
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