Seis assassinatos. Cem páginas. Milhões de combinações possíveis, mas apenas uma está certa. É neste cenário de crime, que não esconde um certo toque a Cluedo, que decorre “A Mandíbula de Caim” (Lua de Papel, 2023), provavelmente o puzzle literário mais difícil de deslindar – poucos até hoje o fizeram.
A história conta-se assim. No ano de 1934, Edward Powys Mathers, mais conhecido pelo pseudónimo de Torquemada – e autor das palavras cruzadas do jornal inglês The Observer –, decidiu escrever um romance/jogo, que veio a tornar-se num dos mais delirantes quebra-cabeças conhecidos, tanto para detectives profissionais como para esforçados amadores.
Com páginas impressas numa ordem totalmente aleatória, é preciso cruzar a lógica, a dedução, uma leitura atenta e muita paciência para deslindar este mistério policial – segundo rezam as crónicas, apenas três charadistas conseguiram completar a missão desde então.
Em 1934, numa estratégia de marketing literário, foi oferecido um prémio de 15 libras ao primeiro leitor que conseguisse reordenar as páginas e dar conta das seis pessoas assassinadas em “A Mandíbula de Caim”, bem como dos nomes completos dos seus assassinos. Uma tradição recuperada, em 2019, pela editora britânica Unbound, quando voltou a publicar o livro. Outros editores internacionais aceitaram recentemente o repto, como é o caso da editora Lua de Papel, que oferece um prémio de 1000 euros ao primeiro leitor que, até 31 de Dezembro deste ano, consiga apresentar a solução do enigma. Comprem o livro, cortem as páginas e dediquem-se a deslindar este complicado quebra-cabeças. E, pelo caminho, tentem não enlouquecer.
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