Esta história não começa com «Era uma vez …», ou acaba com «Fim». É uma história «fora da caixa» – ou de muitas caixas. “A História Fora da Caixa” (Minotauro, 2024) é uma narrativa bem-humorada e divertida, que abraça muitas personagens da literatura infantil e envolve o leitor numa imaginação sem limites. Ao longo das suas páginas, o impossível dá lugar ao possível e a magia parece curar males e tristezas.
“A História Fora da Caixa” nasce no dia em que o Xavier, que “morava lá bem alto da torre e todos os dias, ao acordar, (…) abria a janela, estiva o braço e comia um pedacinho da nuvem que estivesse mais perto”, decidiu descer do alto do seu castelo para procurar um remédio para a tristeza da mãe. Foram convocados anões, gigantes, dragões bruxas, ogres, magos, princesas e príncipes, unicórnios e muitos outros, tudo para encontrar a solução para a tão grande tristeza que abalava a sua mãe. Será que todos juntos conseguirão encontrar a cura para a mãe do Xavier?
O texto de Sofia Fraga é um convite, despretensioso, ao diálogo intertextual, um verdadeiro elogio à imaginação e à preciosidade da literatura infantil. Precisamos de ler histórias de encantar para imaginar, estimular o pensamento, construir sentidos, fomentar a curiosidade e a escuta e inaugurar o(s) diálogo(s). É essencial dar a ler histórias de encantar, que estejam dentro ou fora da caixa, pois com elas crescemos e compreendemos (um pouco mais) o mundo. Com elas imaginamos e conquistamos sorrisos, das mães e não só.

As guardas, iniciais e finais, deixam antever que nesta história não estamos sozinhos. Juntos, iremos desvendar segredos guardados em caixas. Quantos segredos, quantas histórias e sonhos vivem dentro de uma caixa? A ilustração, em harmonia com o texto, amplia o sentido da narrativa e apresenta-nos ( ou recorda-nos) as personagens, de muitas histórias, ora dentro ora fora da(s) caixa(s). Um livro para ler e dar a ler.
Sofia Fraga nasceu em Lisboa, em Agosto de 1981. Cursou História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mas foi no mundo editorial, em que trabalha há mais de uma década, que descobriu a sua paixão. Em 2014, teve o seu primeiro filho, e nas histórias sempre diferentes que lhe contava viu surgir o desejo de escrever para crianças. Em 2016, concorreu com o conto infantil “O Sapo Edgar, O Melro-Poeta e A Mosca Zé-Zé” ao Prémio Matilde Rosa Araújo, iniciativa da Câmara Municipal da Trofa e do Instituto Camões, tendo sido galardoada com o Prémio Lusofonia.
Patrícia Figueiredo dedica-se à Ilustração e Animação. Actualmente, vive no Porto e tem um gato de três patas, que soluça com frequência.
Sem Comentários