Michel Pastoreau, historiador francês, é um dos maiores especialistas no que diz respeito ao simbolismo das cores e à heráldica. Para muitos, tem sido uma festa acompanhar a publicação, na Orfeu Negro, da História da Cores assinada pelo director de estudos na École Pratique des Hautes Études, onde ocupa a cátedra de História da Simbólica Ocidental. Após o Preto, o Azul e o Verde, a Orfeu publica ainda este ano o volume dedicado ao Vermelho, ficando o Amarelo para o próximo ano.
Clive Gifford e Marc-Etienne Peintre não serão propriamente académicos dos sete costados mas, não sendo aconselhável aos mais jovens começarem a conhecer a história das cores como nos é contada por Pastoreau, “A História das Cores” (Booksmile, 2019) desta dupla é um verdadeiro achado, que levou para casa o Prémio Blue Peter para Melhor Livro de Conhecimento.
“Desde mostrar o nosso apoio a uma equipa desportiva, usando as suas cores, a reconhecer os avisos dos semáforos verdes e vermelhos, a cor desempenha um papel em tudo o que fazemos”. A partir daqui é apresentada uma selecção de histórias coloridas, que percorrem diferentes lugares e períodos da história apresentando uma gama diversa de tons para cada uma das cores.
Para cada cor temos um texto introdutório muito bem desenhado, rematado com uma paleta de cores que poderiam bem entrar num catálogo de tintas da Robialac. No amarelo, por exemplo, descobre-se o amarelo-crómio, usado por Van Gogh nos seus quadros, ou o laranja, que durante muitos séculos foi uma cor sem nome na Europa. Quanto aos azuis fala-se, por exemplo, do azul egípcio, uma das primeiras cores artificiais; ou do anil, usado para tingir tecidos ou como pintura de guerra.
Um livro de grande formato, acompanhado de ilustrações também ela grandiosas, que mostrará que a história das cores vai muito para além do mito urbano do tesouro enterrado no final do arco-íris.
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