Continuamos a acompanhar a bela da rentrée, agora com um olhar sobre o que o Penguin Random House Grupo Editorial preparou até final do ano – entre ficção, não ficção, clássicos, literatura infanto-juvenil, banda desenhada e mangá (alguns deles já circulam pelas livrarias). Tudo à boleia do comunicado de imprensa.
FICÇÃO
Já em Setembro, a Companhia das Letras lança “Bambino a Roma“, o aguardado novo romance de Chico Buarque, desta vez com uma vertente autobiográfica que nos leva numa viagem real e imaginada à Roma dos anos 50, ao volante da sua bicicleta de menino. Na Alfaguara, regressa a escritora suíça Fleur Jaeggy com “Viagem no Proleterka“, e do premiado autor Héctor Abad Faciolince chega-nos o seu novo romance, “Salvo o meu coração, tudo está bem“. Na Suma de Letras, destaque para dois autores portugueses: “A origem dos dias“, de Miguel d’Alte, e a estreia de Stephanie Vasconcelos com “A tua melanina“.
Outubro começa com “Rombo“, da multipremiada escritora alemã Esther Kinsky e “Melhor não contar“, de Tatiana Salem Levy, é o regresso da escritora ao romance, com uma narrativa desconcertante e de contornos autobiográficos, duas apostas da Elsinore. E já que falamos de grandes escritoras brasileiras contemporâneas, estreia-se neste mês na Companhia das Letras Mariana Salomão Carrara com o extraordinário “Não fossem as sílabas do sábado“. Do autor Manuel Jabois, inédito em Portugal e considerado um dos mais promissores de língua espanhola da actualidade, chega “Mirafiori” (Alfaguara). Com meio século de história da Rússia como pano de fundo, “Caso Kukótski“, uma das mais traduzidas obras da escritora Ludmila Ulitskaya, é publicada em Portugal na Cavalo de Ferro. No centenário do nascimento do poeta e ensaísta polaco Zbigniew Herbert, a editora lança também a antologia “Poesia quase toda“, numa edição muito especial que conta com introdução de J. M. Coetzee.
O mês termina com o lançamento do novo thriller de Paula Hawkins, “A hora azul“, que promete ser tão aliciante como foi o fenómeno de A rapariga no comboio.
Para terminar em grande, Novembro traz-nos a conclusão da Septologia de Jon Fosse, que no ano passado venceu o Nobel da Literatura, com “Um novo nome“. Na Companhia das Letras, o ano fecha com o novo thriller de João Tordo, “Os dias contados“, e “O que a chama iluminou“, uma novela-ensaio sobre o fim das coisas, de Afonso Cruz, que parte de uma acidentada viagem ao Chile.
CLÁSSICOS
Os clássicos não perdem a sua actualidade, e até ao fim do ano chegam à Penguin Clássicos “Carta ao pai“, de Franz Kafka (cujo centenário celebramos), o surpreendente “O papel de parede amarelo e a terra delas“, de Charlotte Perkins Gilman, “Metamorfoses“, de Ovídio, “Casa de bonecas“, de Henrik Ibsen e o revolucionário “Max Havelaar“, de Multatuli.
NÃO FICÇÃO
A área de não ficção é particularmente rica este semestre, e já em Setembro publicamos o novo livro de Yuval Noah Harari, “Nexus“, o urgente e belo “A História da Arte sem homens“, de Katy Hessel, e o revelador “A guerra de Putin contra as mulheres“, de Sofi Oksanen. Na não ficção literária, estreia-se Eliane Brum com “Meus desacontecimentos“.
Em Outubro, chega “Eva“, de Cat Bohannon, “Conversas com escritores“, da jornalista cultural Isabel Lucas, o ensaio “A tradução do mundo“, de Juan Gabriel Vásquez. Noutro estilo – ou com outro ritmo –, chega o livro de Catarina Ferreira da Silva dedicado ao percurso musical de Dino d’Santiago: “Funana is the new funk“. Em Novembro, o destaque (mundial) é para as aguardadas memórias da última grande estadista europeia, Angela Merkel, com “Liberdade“.
BD E MANGA
A Distrito Manga lançou os primeiros títulos em Julho e reforça o catálogo nesta rentrée, com lançamentos nas séries Tokyo Revengers, Edens Zero, Ataque dos Titãs e a estreia da manga juvenil Único.
Os 60 anos de Mafalda, de Quino, são celebrados com dois livros: “Toda a Mafalda” e “Mafalda para miúdos“. Entre os autores portugueses, estreiam-se na chancela Iguana Joana Mosi, com “A educação Física“, e Jorge Mateus e Paulo Caetano, com “O segredo dos mártires“.
Na Cavalo de Ferro, é publicado um livro revolucionário e dos mais inovadores de sempre no género novela gráfica: “Aqui“, de Richard McGuire.
LITERATURA INFANTO-JUVENIL
Nas novidades infanto-juvenis, destacamos a estreia de Susana Romana na literatura para crianças com o divertido álbum “A fada do nada“, ilustrado por Ana Fonseca. Também de autoria nacional e com chancela da Booksmile, além de novos títulos das colecções mais acarinhadas pelos leitores e distinguidas pelo PNL (O Bando das Cavernas e O Clube dos Cientistas), lançamos “O meu guia de aves“, de Gonçalo Elias e José Frade, um original guia de natureza para toda a família. “Pelo contrário“, dos professores Rui Correia e António F. Nabais, é uma ferramenta para todos acerca de prós e contras, debate e argumentação, que sai com selo da Nuvem de Letras.
Na Fábula, há vários títulos a merecer destaque: a obra multipremiada “O que nos torna humanos“, do linguista brasileiro Victor D.O. Santos, com ilustrações de Anna Forlati, lançada em parceria com a UNESCO, em homenagem à Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032); a novela gráfica que adapta “A bibliotecária de Auschwitz“; o singular e poético “O que é um rio?“, da lituana Monika Vaicenaviciene; e a estreia de Charles Dickens nos Tesouros da Literatura com “Um cântico de Natal“.
A Nuvem de Letras publica uma novela gráfica multipremiada da norueguesa Nora Dåsnes, “Um coração, dois caminhos“, uma doce e delicada abordagem à entrada na adolescência; “Explosão na fábrica de poemas“, uma incrível viagem ao mundo da poesia, com revisão literária de Raquel Patriarca, e vários exemplos da literatura portuguesa; e a continuação da premiada saga Os Swifts, aclamada pelo público e pela crítica.
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