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A Bela da Rentrée: Antígona

Por Deus Me Livro · Em 16/09/2024

Aí está aí a bela da rentrée, no mês em que os livros são tantos que os livreiros – e os leitores – não sabem onde os arrumar. Começamos a viagem pela nossa muito estimada Antígona que, entre outros títulos, nos servirá um clássico eco-feminista, a derradeira obra de Jean-Jacques Rousseau ou um livro de poemas que nos transmite o sentimento de um povo em luta pela sua terra. Refractar, sempre!

FICÇÃO

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“A Parede” | Marlen Haushofer
Tradução: Gilda Lopes Encarnação
Data de publicação: já nas livrarias

De férias numa casa de campo nos Alpes austríacos, uma mulher depara com uma barreira invisível que a isola do mundo e a leva a crer que é a única sobrevivente de uma catástrofe. Tendo por companhia somente os animais e as imponentes montanhas, e à medida que se adapta a um novo modo de vida, desenvolve uma profunda ligação com a natureza, encontrando um propósito: resistir entre a ameaça da loucura e a dureza das tarefas diárias, à mercê dos elementos, e zelar pelo que resta. Escrito em plena Guerra Fria, “A Parede” (1963) é um clássico ecofeminista redescoberto, uma comovente história de sobrevivência e regresso às origens, movida pela empatia por tudo o que nos rodeia, animal ou vegetal. Este livro de culto, com ecos de Walden e Robinson Crusoe, foi adaptado ao cinema por Julian Pölsler em 2012.

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“A Corneta Acústica” | Leonora Carrington
Prefácio: Ali Smith
Tradução: Inês Dias
Data de publicação: 7 Outubro
Centenário do Surrealismo – 2024

Dura de ouvido, nonagenária e vegetariana, Marian Leatherby é brindada com uma rica prenda: um aparelho auditivo oferecido pela sua amiga Carmella. E rapidamente se apercebe dos planos que a família lhe destina: um bilhete (só de ida) para um lar de terceira idade, cristão e patrocinado por uma marca americana de cereais de pequeno-almoço. Com uma intriga que alia, previsivelmente, mitologia céltica, contos de fadas e fisioterapia, “A Corneta Acústica” (1974) é «uma utopia pós-apocalíptica, em que um grupo de anciãs — auxiliadas por um chinês, um carteiro-bardo imortal, uma alcateia e uma lobimulher — recupera o Santo Graal, para instaurar uma nova ordem, baseada no respeito por todas as criaturas» (Diana V. Almeida).

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“Retrato Huaco” | Gabriela Wiener
Tradução: Guilherme Pires
Data de publicação: 7 Outubro

Em “Retrato Huaco” (2021), nome dado a estatuetas de cerâmica que representavam fielmente rostos indígenas e, dizia-se, capturavam as suas almas, mesclam-se uma história de família e reflexões sobre o colonialismo. Quando a autora se passeia por uma sala de um museu parisiense e depara com uma colecção doada no século XIX por um antepassado austríaco — Charles Wiener —, descobre o seu rasto de violência e pilhagem, e um filho bastardo, que deu origem à linhagem peruana da autora. Esta perturbadora herança familiar e colonial faz Gabriela Wiener investigar a sua genealogia, a história de dois continentes, e abordar, com um humor corrosivo, relações de parentesco nas quais colonizadores e colonizados se fundem.

“Tea Rooms – Mulheres Operárias” | Luisa Carnés
Tradução: Helena Pitta
Romance | 176 pp.
Data de publicação: 21 Outubro

Madrid. Anos 30. Num salão de chá, acompanhamos o esforçado dia-a-dia das empregadas do estabelecimento, enquanto prenúncios da guerra ecoam nas ruas. Romance que retrata a realidade das mulheres no período que antecedeu a Guerra Civil Espanhola, apelando inevitavelmente ao presente, Tea Rooms (1934) apresenta-nos a veterana Antonia, cuja competência ninguém reconhece, Laurita, a afilhada do dono, que se diz uma rapariga moderna, entre outras. Se, porém, todas elas se calam perante hierarquias, cabe a Matilde, a protagonista, com as suas aspirações de igualdade e emancipação, despertá-las do silêncio.

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“A Pequena Comunista que Nunca Sorria” | Lola Lafon
Tradução: Luís Leitão
Data de publicação: 18 Novembro

“A Pequena Comunista que Nunca Sorria” (2014) leva o leitor até aos Jogos Olímpicos de Verão de 1976, em Montreal, onde uma frágil adolescente de 14 anos obtém um dez perfeito em ginástica artística. Fascinada pela história da criança-mito Nadia Comaneci e imaginando os seus pensamentos e emoções nos anos subsequentes, quando um jornal francês declarou «a rapariga tornou-se mulher; a magia desapareceu», Lola Lafon cria um romance inspirado sobre uma infância sacrificada, uma adolescência comprometida, o tratamento da figura feminina pela comunicação social e pela sociedade e um ideal de perfeição que só a custo da sanidade mental é suportado pelo corpo.

NÃO FICÇÃO

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“Devaneios do Caminhante Solitário” | Jean-Jacques Rousseau
Tradução: Miguel Serras Pereira
Data de publicação: Já nas livrarias

Derradeira obra de Jean-Jacques Rousseau, inacabada e publicada postumamente, “Devaneios do Caminhante Solitário” (1782) eram, segundo o autor, «um apêndice das Confissões» e encerram algumas das suas mais belas linhas. Este «registo fiel dos passeios solitários e dos devaneios que os preenchem», nas cercanias de Paris e no lago de Bienne, é, além de um duro balanço de vida, na sequência da proscrição de que Rousseau foi alvo, um eloquente conjunto de meditações que abarcam a velhice, o refrigério na natureza e a perseguição movida por uma sociedade hostil. Livro que antecipou a sensibilidade romântica, é uma reflexão maior sobre o exílio e as poderosas cadeias que tolhem a liberdade individual.

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“Autodefesa – Uma Filosofia da Violência” | Elsa Dorlin
Tradução: Manuel de Freitas
Data de publicação: 23 Setembro
Prémio Frantz Fanon 2018

Ensaio magistral sobre o sentido político da autodefesa e a sua genealogia, sobre a forma como a própria história da violência encerra uma contra-história interna: a da prática da autodefesa e da resistência contra a ordem dominante — policial, judiciária, racista, homofóbica. Um vigoroso fresco histórico, no cruzamento entre a filosofia e a política, que abarca tanto a autodefesa dos escravos, o krav maga, o jiu-jítsu das sufragistas britânicas, como as lutas armadas dos Panteras Negras nos anos 60.

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“En Avant Dada – Uma História do Dadaísmo” | Richard Huelsenbeck
Tradução: Bruno C. Duarte
Centenário do Surrealismo – 2024

Em “En avant Dada” (1920), Richard Huelsenbeck — co-fundador do Cabaret Voltaire em 1916, figura central do dadaísmo, cronista da vanguarda e autor de vários artigos, panfletos e poemas que contribuiriam para a disseminação do espírito DADA — traça a história do movimento dada. Uma história parcial e polémica, por um dos seus principais intervenientes, e, neste sentido, plenamente dadaísta.

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“Marcas de Batom – Uma História Secreta do Século XX” | Greil Marcus
Tradução: Helder Moura Pereira
Data de publicação: 18 Novembro
ISBN 978-972-608-449-5

Esgotado há muito em Portugal, chega em 2024 a aguardada reedição de “Marcas de Batom” (1989), de Greil Marcus, crítico musical, ex-editor da Rolling Stone e colunista icónico. Em entrevista a Tony Wilson, Greil Marcus confessava em 1989 ter ficado abismado ao ouvir Johnny Rotten cantar «Anarchy in the UK». Restava-lhe descobrir de onde vinha a força, o poder, o niilismo daquele não rotundo gritado ao mundo, em suma, encontrar as raízes de um inconformismo. Marcas de Batom traça precisamente esta busca, esta viagem alucinante e imparável que o leva dos heréticos medievais aos dadaístas, situacionistas e anarquistas, e que prova que, ao longo da História, apesar de múltiplas tentativas de supressão, foi impossível calar as vozes subversivas e marginais que reaparecem e se fazem ouvir incessantemente na música, em manifestos, na arte, e que formam uma corrente demasiado vital e coerente para ser travada.

POESIA

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“Rifqa” | Mohammed El-Kurd
Tradução: Manuel de Freitas
Ilustração da capa: Catarina Sobral
Data de publicação: 4 Novembro

Rifqa, palavra árabe que significa bondade e gentileza, era o nome próprio da avó de Mohammed El-Kurd, à qual ele dedica o seu primeiro livro de poesia. Sobrevivente da Nakba, o êxodo forçado do povo palestiniano em 1948, e refugiada na sua própria terra, esta resistente, «mais velha do que Israel», é aqui evocada como símbolo do combate contra a opressão e o colonialismo. Com uma escrita despojada, mas pungente e politicamente comprometida, El-Kurd transmite-nos o sentimento de um povo em luta pela sua terra e memória, que é também a história da família do poeta.

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