Uma pistola, um fole cheio de pimenta e um enorme machado vermelho. São estas as armas usadas por três ferozes bandidos, normalmente escondidos por baixo de longas capas pretas e de altos chapéus pretos, que rapidamente construíram uma reputação situada entre o respeito, a admiração e o puro terror.
O trio vai semeando o pânico e acumulando riqueza até que, numa noite aparentemente como as outras, leva para casa uma menina órfã em vez dos habituais baús com moedas ou tesouros. A partir de então o medo dá lugar a um outro tipo de sentimento, mostrando que, por vezes, a mudança depende apenas de um pequeno empurrão, estando as fronteiras entre o bem e o mal separadas por uma barreira invisível.
Traduzido em mais de trinta línguas, “Os Três Bandidos” (Kalandraka, 2015 – reedição) é um clássico da literatura infantil, publicado originalmente na Alemanha nos anos 1960. Tomi Ungerer, o autor nascido em França, teve uma infância marcada pela morte do pai, bem como uma adolescência perpassada pela ocupação alemã da Alsácia durante a II Guerra Mundial, o que o obrigou a ter uma educação na língua alemã. Os seus primeiros desenhos giravam em torno do elemento bélico, mostrando contudo uma enorme repulsa à guerra e ao fascismo. Em 1956 emigrou para Nova Iorque, cidade onde começou a escrever livros para crianças. “Os Três Bandidos” foi publicado em 1961, no auge da carreira de Ungerer, com ilustrações feitas de grandes contrastes cromáticos e onde o preto e o azul vão dividindo o título de cor mais utilizada.
Depois de se retirar como ilustrador, Ungerer começou a desenvolver a sua carreira de filantropo, vocacionada para causas humanitárias como a protecção à infância ou a assistência a pessoas doentes, algo que se poderia, de certa forma, antever neste livro.
Para além de “Os Três Bandidos” estão disponíveis em edição portuguesa os livros “Crictor”, Adelaide”, “Onde está o meu Sapato?” – estes três editados pela Kalandraka – e ainda “O Homem da Lua” – editado pela Bags of Books e muito difícil de arranjar.
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Adorável!!!