Capa dura, fotos fantásticas, uma composição gráfica cuidada e com requinte, um perfeito balanço e mistura de cores, tipos de lettering e o uso certeiro da página dupla. É esta a fórmula de sucesso de “O Macarrão de Estaline” (Bertrand Editora, 2015), o livro de Jon Ronstrom e Anders Ekman que apresenta “31 receitas de acontecimentos entusiasmantes, excitantes e grandiosos, em que a comida se encontra numa posição secundária”. Estamos, assim, longe de um livro de receitas: é mais um livro a dar para o histórico com receitas lá dentro.
Todas as receitas apresentadas são baseadas em receitas genuínas, anotações, velhos artigos de jornal, na tradição oral e em cardápios do passado. De entre elas, a mais demorada – que exige pelo menos duas horas de preparação – será “A Boda do Rei e da Rainha”, enquanto a mais complexa – ou difícil de engolir – será o “A Celebração de Ano Novo de François Miterrand”: imaginem qualquer coisa como um passarinho que, em primeiro lugar, se afoga num pouco de conhaque, para depois se comer inteiro.
Para cada uma das receitas é dado um enquadramento histórico, isto antes de o prato ser posto na mesa ainda quente. Por falar em pratos, há-os aqui de toda a espécie e feitio: “O Macarrão de Estaline”, servido durante a célebre Conferência da Crimeia; “O Salmão Escalfado do Titanic”, a última refeição servida antes de o navio ir ao fundo; “A Sopa Vegetariana de Mrs. Pankhurst”, que as activistas comeram durante a luta pelo direito ao voto das mulheres; “A Salada de Camarão de Kurt Cobain”, vocalista e guitarrista dos inimitáveis Nirvana; “O Pastel Napoleão”, iguaria com que os suecos Abba celebraram a vitória no Festival da Eurovisão em 1974. Um livro para colocar na estante reservada à gastronomia ou, se preferirem, na das curiosidades históricas.
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