Por cá, há muito que nos habituámos a soltar, quando a ocasião assim o exige, a expressão “chapéus há muitos”. Para Jon Klassen, porém, a realidade é bem diferente.
Se “Quero o meu chapéu” havia funcionado como um sério aviso, “Este chapéu não é meu” (Orfeu Negro, 2015 – Colecção Orfeu Mini) vem confirmar que, para este ilustrador e designer, o chapéu alheio não é algo com que se possa brincar. E, muito menos, que possa ser levado sem a autorização do legítimo proprietário.
Desta vez, o livro tem início com uma pequena mas sincera confissão de um peixe miúdo: «Este chapéu não é meu. Acabei de o roubar.» Para piorar as coisas, o chapéu foi roubado a um peixe enorme que estava a dormir mas, julgando que o furto nunca seria descoberto, o pequeno peixe decide arriscar, certo de que o gigante marítimo nunca lhe conseguirá descobrir o rasto.
Mesmo debaixo de água – e agora na horizontal, posição mais propícia a ilustrar o meio aquático -, Jon Klassen mantém-se fiel ao seu estilo de humor visual muito particular, feito de nuances de olhares, animais ingénuos e uma grande e divertida malícia. De fazer pensar duas vezes todos os ladrões de chapéus.
Sem Comentários