Darth Vader estará, para os aficcionados da ficção científica, um pouco como Santo Agostinho surge aos olhos dos católicos. Porém, enquanto este último abraçou a santidade depois de experienciar vivamente a devassidão e o pecado, tornando-se rígido perante a devassidão alheia – um pouco como acontece com os ex-fumadores -, Darth Vader viveu uma vida exemplar, isto até dar de caras com a Força e optar pelo mais fácil e deslumbrante lado negro. De qualquer forma, redimiu-se nos últimos minutos de vida, salvando o seu filho e toda a Galáxia das mãos do temível Imperador.
No ano em que chega aos cinemas – e também aos ecrãs das grandes superfícies – uma nova aventura da saga Star Wars, nada melhor do que mostrar aos mais pequenos as três primeiras aventuras filmadas da série, ao mesmo tempo que os convidam, à boa moda dos one shot comics, a entrar num universo paralelo que mostra como seria a vida de Darth Vader se tivesse de cuidar dos catraios Luke e Leia.
Da autoria de Jeffrey Brown, “Darth Vader e filho” (Planeta, 2014) e “Darth Vader e a sua princesinha” (Planeta, 2014) ilustram, em tiras ou fatias individuais, a forma como a parentalidade é complicada até mesmo para o mestre da negritude, que consegue sufocar os seus inimigos com um simples acenar de dedo ou provocar-lhes uma reacção fisiológica de incontinência apenas com o seu vozeirão metálico.
Com muito humor e uma tremenda boa disposição, Jeffrey Brown ilustra de forma magistral as grandes preocupações parentais e as tendências dos mais novos, ramificadas de acordo com o sexo e o feitio dos progenitores ainda que, algumas delas, sejam universais: saltar nas poças da chuva, brincar com a comida, recusar a ida para a cama invocando a falta de sono ou perguntar, vezes sem conta, “já chegámos?” durante uma viagem. Diversão garantida para todas as idades, sobretudo para aqueles que têm em Star Wars uma das suas grandes paixões cinéfilas.
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