Edward O. Wilson passou cerca de cinquenta anos a ensinar estudantes universitários e jovens cientistas. Porém, em vez de aproveitar a chegada à idade maior para ir à pesca ou jogar à sueca em bancos de jardim, decidiu escrever um pequeno livro dirigido aos jovens – ou aspirantes a – cientistas mas, igualmente, aos que se consideram exploradores insaciáveis do Universo.
“Cartas a um jovem cientista” (Clube do Autor, 2014) é, mais do que tudo, um livro escrito por um homem que, através de cartas que revelam tanto de brevidade como de espírito de síntese, mostra todo o seu amor e paixão pela ciência.
Escrito em 2012, o livro é uma introdução à ciência e à carreira científica que, longe do habitual tradicionalismo, levanta questões, dá conselhos muito úteis e apresenta várias ideias e frases que deverão ser levadas à letra por aqueles que pretendam seguir as pisadas do Professor Pardal: colocar a paixão antes da formação; descobrir as vitaminas capazes de saciar a falta de apetite matemático; olhar a verdade comprovável como o único objectivo que importa; usar mas não adorar a tecnologia; alternar, tanto na vida como na ciência, os papéis de inovador, colaborador e facilitador; perseguir sempre a verdade e não esquecer nunca aqueles que acreditaram em nós.
Para além dos muitos e úteis conselhos dirigidos aos que querem fazer da ciência a sua praia, Wilson defende uma síntese entre as ciências e as humanidades que seja motivo de inspiração, um incentivo à criatividade e um meio de resolver o que as gerações anteriores ignoraram. Pormenorizado e muito prático, “Cartas a um jovem cientista” fala da importância da paixão e da maravilha da descoberta. Obrigatório para cientistas – reais ou imaginários – de qualquer idade.
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