Nos dois primeiros volumes de A Espada da Verdade, escrita pelo americano Terry Goodkind, o leitor para quem o fantástico é uma praia de areia branca e água transparente acompanhou em êxtase a viagem de Richard e Kahlan, na sua tentativa – de aparência vã – de pôr termo aos negros desígnios de Darken Rahl.
Eles que, entre a tragédia familiar de Romeu e Julieta e a barreira cósmica que impediu o Surfista Prateado de trocar uns amassos com Shalla-Bal, vivem um amor impossível e trágico, pelo menos no momento em que se conhecem e sentem umas estranhas palpitações.
Agora, na primeira parte de “A Pedra das Lágrimas” (Porto Editora, 2015), o estado idílico é interrompido quando o véu que separa o mundo superior – o dos bons – do mundo inferior – o dos maus – é definitivamente rasgado, algo confirmado quando um screeling – uma espécie de urso -, uma criatura de ar indestrutível e imune à magia na sua forma mais simples, surge no Jardim da Vida.
Darken Rahl, à semelhança do que acontece com muitos chefes de gang metidos atrás das grades na vida real, continua a mexer como quer os cordelinhos do mal, agora ao serviço de um poder ainda mais sinistro, que pretende estender o seu domínio sobre os mortos também aos vivos, aprisionando-os num limbo eterno. O único capaz de pôr termo a este negrume é mesmo o jovem Richard, o homem que nasceu para a verdade, que foi marcado para a morte mas que deseja, com todas as suas fibras, trocar a vida de salvador da humanidade pela de guarda-florestal. Para conseguir o impossível, Richard terá de pedir ajuda à única chave capaz de circunscrever o poder do Guardião do submundo: a Pedra das Lágrimas, que terá saltado da caixa aberta erradamente por Darken Rahl e que o condenou às profundezas.
Livro atravessado pelo sofrimento, pela tortura e por um índice desmesurado de traição, “A Pedra das Lágrimas” oferece mais uma mão-cheia de intrigantes personagens: Zorander, um dos raros feiticeiros da Primeira Ordem, que tem em si um pouco de sacana vingativo e sarcástico; Jebra Bevinvier, uma falsa criada que ostenta ao pescoço uma pedra azul de vidente; Nathan, o profeta, portador de uma voz capaz de atravessar escudos; as Irmãs da Luz, um grupo de estranhas mulheres que tem por missão treinar os feiticeiros nascidos com o dom. A boa notícia ficou para o fim: a segunda parte do livro está já disponível nas livrarias.
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Gostei da resenha! 😉