A 6.ª edição do Topografias Imaginárias – ciclo de cinema e de visionamentos comentados, com entrada gratuita -, organizado pelo Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca em parceria com o Ifilnova – Instituto de Filosofia da Nova, arranca no dia 28 de Setembro, realizando-se uma vez por mês até Dezembro: 19 de Outubro, 9 de Novembro e 7 de Dezembro, com quatro filmes em quatro locais de Lisboa – um deles ao ar livre – e o lançamento de um livro.
Sob o tema Sinfonia Urbana, este ciclo de visionamentos comentados é dedicado a um dos lados mais esquecidos da criação cinematográfica e da vivência da cidade: o som. Pretende-se, assim, pensar a cidade na relação com a sua atmosfera sonora e musical, como o cinema veicula uma certa imagem sonora de Lisboa, analisando ao mesmo tempo o papel das várias sonoridades na apresentação e constituição de uma expressividade que é reconhecida como sendo a desta cidade.
Neste sentido, e com o objectivo de aproximar os participantes e espectadores-ouvintes dos locais e das atmosferas sonoras e musicais dos filmes programados, este ciclo faz um percurso pela cidade e pelo cinema: cada filme é projectado e comentado num local onde foi rodado, sendo assim possível ter ao mesmo tempo uma experiência da sonoridade do filme e da cidade real e actual onde este foi realizado.
No dia 28 de Setembro, o Topografias Imaginárias tem início com o filme “Lisboa, Crónica Anedótica”, de José Leitão de Barros, um retrato monumental da cidade realizado em 1930 – e um dos últimos filmes mudos produzidos em Portugal. Projectado numa sessão ao ar livre, sem som, no Largo do Calvário, um lugar de passagem, cheio dos rumores intensos da cidade e da sua agitação, será a própria cidade a sonorizar esse retrato de Lisboa. De destacar ainda, nesta sessão, o lançamento do livro “Um Mapa de Lisboa no Cinema”, uma co-edição Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca e Dafne Editora. Construído com base na transcrição e remontagem das sessões de Topografias Imaginárias dedicadas à arquitectura, o lançamento terá lugar antes da projecção do filme.
“Belarmino” (1964), de Fernando Lopes, será exibido a 19 de Outubro no Grupo Desportivo da Mouraria, onde Belarmino Fragoso praticava boxe. “Kilas, O Mau da Fita” (1980), de José Fonseca e Costa, é mostrado a 9 de Novembro na Casa do Alentejo, que foi um dos cenários do filme. Por fim, “A Janela (Marialva Mix)” (2001), de Edgar Pêra, é exibido, no dia 7 de Dezembro no Grupo Excursionista Vai Tu, na Rua da Bica de Duarte Belo, rua onde foi realizado o filme.
Cada sessão é antecedida por um visionamento comentado. São exibidos e comentados excertos do filme por músicos, técnicos de som, investigadores do cinema e da cidade, como Filipe Raposo, Manuel Deniz Silva, Nicholas McNair, Sérgio Bordalo e Sá (“Lisboa, Crónica Anedótica”, de José Leitão de Barros), Bernardo Moreira, Manuel Jorge Veloso, Manuela Viegas (“Belarmino”, de Fernando Lopes), João Pedro Cachopo, José Bértolo (“Kilas, O Mau da Fita”, de José Fonseca e Costa) e Branko Neskov, Edgar Pêra Patrícia Castello Branco, Ricardo Vieira Lisboa (“A Janela (Maryalva Mix)”, de Edgar Pêra).
O programa pode ser consultado aqui e na página facebook do evento.
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