• Mil Folhas
  • Música Com Cabeça
  • Cine ou Sopas
deusmelivro
Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski, Deus Me Livro, Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise, Filme
Cine ou Sopas 0

“Top Gun: Maverick” | Joseph Kosinski

Por Pedro Soares · Em 01/06/2022

Em plena geração da nostalgia, vale tudo no campeonato das sequelas. Inclusive ir repescar “Top Gun – Ases Indomáveis”, o clássico de Tony Scott, 36 anos depois, o que faz de “Top Gun – Maverick” a sequela recordista com o maior intervalo de tempo (quer dizer, pelo menos em imagem real, porque o Bambi 2 continua a ter a marca absoluta de 64 anos). O curioso aqui é que, enquanto Kelly McGillis envelheceu como uma mulher de 60 anos, ou Val Kilmer teve um cancro na garganta que o obrigou a uma reforma antecipada, Tom Cruise continua na mesma e a brincar como se ainda estivesse nos seus 20 anos, dispensando inclusive duplos. Existe a real possibilidade de ter descoberto a fonte da juventude e não nos ter dito nada, mas para já são apenas suposições.

Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski, Deus Me Livro, Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise, Filme

“Top Gun – Maverick” não podia então ignorar este tema da passagem do tempo, e ele está bem presente no filme. Aliás, é mesmo o melhor desta sequela. Top Cruise, ou seja, Maverick, continua igual a si mesmo no filme de Tony Scott: irreverente, dono do seu próprio nariz e, claro, insolente. Por isso, continua parado na patente de capitão, enquanto vai coleccionando condecorações. Afinal de contas, continua a ser o melhor piloto de sempre de aviões de combate.

É como se Maverick se recusasse a envelhecer, e esse complexo de Peter Pan assenta que nem uma luva ao próprio Tom Cruise. Estará “Top Gun – Maverick” a falar da personagem ou do próprio actor? No início do filme, Maverick está a testar uns aviões super-sónicos, a tentar bater a barreira do som de mach 10, mas quando Ed Harris aparece para descontinuar o programa (o futuro são os drones, diz ele, e mais uma vez eis o embate de frente com o progresso), Maverick é enviado de volta para o programa Top Gun, que treina os melhores pilotos da marinha norte-americana. É que há uma missão perigosa para concluir, num país genérico que nunca é nomeado, de forma a manter este filme intemporal.

Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski, Deus Me Livro, Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise, Filme

Eis então uma autêntica viagem pela memory lane. Tom Cruise passa pelos mesmos locais do filme de 1986, continua a andar de mota sem capacete e, apesar desta sequela já não ser tão gay como o filme original (afinal de contas, há Monica Barbaro na lista de recrutas), ainda há o refazer do jogo de futebol americano na praia, com muitos homens suados em tronco nu com os abdominais bem definidos). Até Val Kilmer aparece, numa cena curta mas intensa, para assinalar o passar de testemunho entre ambos os filmes. E os veículos motorizados de alta cilindrada continuam a ser a extensão da virilidade masculina daqueles homens – não só os caças, mas também as motas, um barco e, claro, o tal avião super-sónico do início.

Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski, Deus Me Livro, Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise, Filme

É precisamente essa cena com Val Kilmer que vai mudar o tom do filme. Num diálogo emocional, Tom Cruise confessa problemas existenciais e Val Kilmer diz-lhe para deixar isso para trás. Ele responde-lhe que não sabe como e, pronto, tudo fica resolvido. Tom Cruise volta para o cockpit dos caças, torna-se líder de equipa da missão super-perigosa e parte para bombardear a tal fábrica de enriquecimento de urânio no tal país genérico, para um acto final que é, provavelmente, uma cena perdida da última sequela do Missão Impossível. Precisávamos desse war movie para terminar “Top Gun – Maverick”? Claro que não, mas onde é que já se viu um blockbuster moderno sem abusar das explosões?

Até aí, “Top Gun – Maverick” é um imprevisto bom filme, com personagens reais e até alguma coisa para dizer. Tudo isto embrulhado na tal embalagem do blockbuster, com os efeitos especiais analógicos (Tom Cruise exigiu que a sequela não tivesse CGI) que dão realismo ao filme. Só não se percebe é que, no treino dos novos recrutas, não tenha havido um que conseguisse terminar um único exercício com êxito. Mesmo assim, lá foram para a missão suicida e completaram-na de forma perfeita. E porquê? Porque Tom Cruise, o homem mais perfeito e maravilhoso à face de Hollywood, estava lá para os liderar. Só é pena não conseguir transformar Double Cheeseburger em caldeirada de choco.

Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski, Deus Me Livro, Top Gun: Ases Indomáveis, Tom Cruise, Filme

Deus Me LivroFilmeJoseph KosinskiTom CruiseTop Gun: Ases IndomáveisTop Gun: Maverick

Pedro Soares

Pode Gostar de

  • Cine ou Sopas

    Sonica Ekrano regressa ao Barreiro e estende-se a Lisboa

  • Cine ou Sopas

    Filmin estreia canal de música ao som de Blur e Ryuichi Sakamoto

  • Cine ou Sopas

    Yôko e as gangues sukeban

Sem Comentários

Deixe uma opinião Cancelar

Siga-nos aqui

Follow @Deus_Me_Livro
Follow on Instagram

Fitas

  • Sonica Ekrano regressa ao Barreiro e estende-se a Lisboa

    11/04/2025
  • Filmin estreia canal de música ao som de Blur e Ryuichi Sakamoto

    10/03/2025
  • Yôko e as gangues sukeban

    05/02/2025
  • Chaplin com orquestra, filmes censurados e miúdos realizadores nas bodas de diamante do São Jorge

    18/01/2025
  • IndieJúnior Porto, IndieJúnior, IndieJúnior 2025, IndieJúnior Porto 2025, Deus Me Livro,

    9.ª edição do IndieJúnior Porto reflecte sobre Comunidade, Partilha e Empatia

    13/01/2025
Acha o Deus Me Livro diferente? CLIQUE AQUI.

Archives

  • May 2025
  • April 2025
  • March 2025
  • February 2025
  • January 2025
  • December 2024
  • November 2024
  • October 2024
  • September 2024
  • August 2024
  • July 2024
  • June 2024
  • May 2024
  • April 2024
  • March 2024
  • February 2024
  • January 2024
  • December 2023
  • November 2023
  • October 2023
  • September 2023
  • August 2023
  • July 2023
  • June 2023
  • May 2023
  • April 2023
  • March 2023
  • February 2023
  • January 2023
  • December 2022
  • November 2022
  • October 2022
  • September 2022
  • August 2022
  • July 2022
  • June 2022
  • May 2022
  • April 2022
  • March 2022
  • February 2022
  • January 2022
  • December 2021
  • November 2021
  • October 2021
  • September 2021
  • August 2021
  • July 2021
  • June 2021
  • May 2021
  • April 2021
  • March 2021
  • February 2021
  • January 2021
  • December 2020
  • November 2020
  • October 2020
  • September 2020
  • August 2020
  • July 2020
  • June 2020
  • May 2020
  • April 2020
  • March 2020
  • February 2020
  • January 2020
  • December 2019
  • November 2019
  • October 2019
  • September 2019
  • August 2019
  • July 2019
  • June 2019
  • May 2019
  • April 2019
  • March 2019
  • February 2019
  • January 2019
  • December 2018
  • November 2018
  • October 2018
  • September 2018
  • August 2018
  • July 2018
  • June 2018
  • May 2018
  • April 2018
  • March 2018
  • February 2018
  • January 2018
  • December 2017
  • November 2017
  • October 2017
  • September 2017
  • August 2017
  • July 2017
  • June 2017
  • May 2017
  • April 2017
  • March 2017
  • February 2017
  • January 2017
  • December 2016
  • November 2016
  • October 2016
  • September 2016
  • August 2016
  • July 2016
  • June 2016
  • May 2016
  • April 2016
  • March 2016
  • February 2016
  • January 2016
  • December 2015
  • November 2015
  • October 2015
  • September 2015
  • August 2015
  • July 2015
  • June 2015
  • May 2015
  • April 2015
  • March 2015
  • February 2015
  • January 2015
  • December 2014
  • November 2014
  • October 2014
  • September 2014
  • August 2014
  • July 2014
  • Contacto