Em Setembro, a promotora Maternidade e a Galeria Zé dos Bois (ZDB) – em parceria com o Lounge, as Damas, a Rabbit Hole e a Rua das Gaivotas 6 – dão as mãos num elogio ao feminismo, trazendo-nos a primeira edição do Rama em Flor, um festival com muitos motivos de interesse.
Entre 7 e 17 do nono mês deste ano será possível assistir, em Lisboa, a debates sobre identidade de género e sexualidade, filmes sobre activismo feminista no pós-25 de Abril, a um concerto dos Shopping e a um DJ Set dos The Knife, dupla sueca que apenas aceita participar em festivais onde a representação feminina não fique atrás da masculina.
O Rama em Flor reúne música, cinema, artes visuais, conversas e workshops sob uma perspectiva feminista, queer e de igualdade de género. Apresenta-se como um herdeiro do Ladyfest, um festival comunitário e feminista nascido em 2000 em Olympia (Washington) e que tem sido importado por várias cidades.
Ao jornal Público, Rodrigo Soromenho Marques, o rosto desta iniciativa, da Maternidade e vocalista de Vaiapraia & As Rainhas do Baile, situou o Rama em Flor: “Partimos da música e do riot grrrl, mas é um festival transdisciplinar que quer tirar partido da diversidade e das diferentes comunidades que existem em Lisboa e torná-las mais próximas”.
O festival pretende o debate e a consciencialização para um feminismo inclusivo, que se debruce sobre questões trans, de raça e de classe e que deite abaixo construções normativas, hegemónicas e tóxicas de masculinidade e feminilidade, de identidade de género e sexualidade.
No programa musical muito variado, os destaques vão para os Shopping, trio britânico com os dois pés bem assentes no pós-punk. Passam também por aqui as alfacinhas Clementine e os The Younger Lovers, projecto do músico, escritor, coreógrafo and so on Brontez Purnell, com a primeira parte a ficar entregue às Ninaz. A festa de encerramento, programada por Syma Tariq, terá Jejuno e Raw Forest numa colaboração em estreia, um live set da produtora tunisina Deena Abdelwahed e, entre outros, um raríssimo DJ Set dos The Knife, a entusiasmante dupla dos irmãos Karin Dreijer (Fever Ray) e Olof Dreijer.
O ciclo de cinema, que irá decorrer na ZDB, centra-se nas questões de género e lutas feministas em Portugal a partir de 1974 – atenção redobrada para os documentários do pós-25 de Abril da Cinequipa e para cineastas de uma geração mais recente, como Leonor Teles e Cláudia Varejão.
Os debates trazem a academia à ZDB – “Identidades Transfeministas”, “DIY e Feminismos” e “Arte e Feminismos” são alguns dos temas que irão ser discutidos. Espaço ainda para a exposição colectiva O Teu Corpo A Tua Arena, inspirada na obra Your Body is a Battleground, de Barbara Kruger, que estará patente na Rua das Gaivotas 6. Para o programa e mais informações sobre o evento sigam por aqui.
1 Commentário
O feminismo, essa ideologia que está na moda e por conseguinte toda a gente fala e é adepta mas sobre a qual nada sabem, e o que sabem é apenas ideias de feministas ridículas (como Judith Butler).