São quatorze os filmes em estreia nacional que integram a Competição Internacional do Porto/Post/Doc, a decorrer entre 24 de Novembro a 2 de Dezembro na Invicta. A selecção oficial do festival inclui filmes de realizadores já conhecidos como Sergei Loznitsa, com “Donbass”, um retrato de tempos sombrios naquela região entre a Rússia e a Ucrânia, mas também muitos regressos.
Depois de “Under The Sun”, Vitaly Mansky chega ao Porto/Post/Doc com “Putin`s Witnesses” um documentário sobre o líder russo filmado a partir de dentro; os ventos asiáticos trazem-nos de volta Nicole Vogele com “Closing Time”; os ventos de África trazem “Hamada”, do galego Eloy Dominguez Serén, e os ventos transatlânticos trazem “Obscuro Barroco”, da também repetente Evangelia Kranioti. “Sobre Tudo Sobre Nada”, de Dídio Pestana, e “Hálito Azul”, de Rodrigo Areias, são os representantes em português na competição internacional. A selecção integra ainda “A Family Tour”, de Ying Liang, “Becoming Animal”, de Emma Davie e Peter Mettler, “Bisbee ‘17”, de Robert Greene, “Central Airport”, de Karim Aïnouz, “Fausto”, de Andrea Bussmann, “Kamagasaki Cauldron War”, de Leo Sato, e “Tremor”, de Annik Leroy.
O festival dedica ainda uma secção não-competitiva ao cinema falado em português que inclui “Terra Franca”, de Leonor Teles, “Extinction”, de Salomé Lamas, “Sombra Luminosa”, de Mariana Caló e Francisco Queimadela, “Deux, Trois Fois Branco”, de Boris Nicot, e ainda “On Remote Places”, de Rui Manuel Vieira, e “O Laboratório”, do mesmo realizador em parceria com Fernando José Pereira. Na mesma secção, destaque para as estreias de “Judenrein” e “Levantados do Chão”, de Daniel Blaufuks, “Portugal Tem Lata”, de Rui Pregal da Cunha, e ainda “Geni”, de Luís Vieira Campos. Ainda no plano da cinematografia nacional, o Porto/Post/Doc 2018 integrará uma competição de Cinema Novo, com primeiras obras de jovens realizadores, e dois showcases de trabalhos de alunos do ESMAD e Soares dos Reis.
Está também fechada a programação para o Transmission do Porto/Post/Doc, que promete dar a ver (e ouvir) o melhor da música contemporânea através de filmes, concertos e performances.
A estreia nacional de “Sign O’ The Times”, escrito e realizado pelo músico Prince, marca a cerimónia de entrega de prémios do festival, no dia 2 de Dezembro, no Teatro Municipal do Porto – Rivoli. O filme documenta a apresentação ao vivo do álbum homólogo do compositor norte-americano, no final dos anos 80, com uma combinação de gravações de concertos na Holanda e na Bélgica e nos estúdios Paisley Park.
Em estreia também, um documentário sobre Ryuichi Sakamoto, um dos maiores génios da música contemporânea, que regista a interpretação ao vivo inédita, em Nova Iorque, do seu oitavo álbum, “Async”.
Num registo diferente, o documentário “Matangi/Maya/M.I.A.” retrata a estrela do hip-hop M.I.A. nas suas mais variadas facetas: da música ao activismo. É um filme-acontecimento.
Em português, o Porto/Post/Doc exibe documentários que olham alguns dos nomes que marcam o presente do panorama musical nacional: “Ainda Tenho Um Sonho Ou Dois – A História Dos Pop Dell’Arte”, de Nuno Duarte e Nuno Galopim, “PAUS Madeira”, de Ernesto Bacalhau, e “Escola do Rock”, de Amadeu Pena da Silva, co-produzido pelo próprio festival. Regresso, ainda, à década de 80 com a nostalgia de “Chico Fininho”, o mítico filme de Sério Fernandes.
A programação de filmes da secção Transmission inclui ainda o mais recente filme do realizador galego Lois Patiño, “O Espírito de Pucho Boedo”, e “Rudeboy: The Story Of Trojan Records”, de Nicolas Jack Davies. A curta-metragem “The Velvet Underground Played At My High School”, de Tony Jannelli e Robert Pietri, será exibida em conjunto com um showcase de apresentação do novo álbum do músico Little Friend.
O festival apresentará ainda mais três momentos musicais: um concerto de Joana Gama e Luís Fernandes acompanhado de projecção de imagens imersivas da galáxia, a acontecer no Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva; um concerto de Valentina Magaletti e João Pais Filipe, em parceria com a Lovers & Lollypops e o Teatro Municipal do Porto, e ainda uma performance do colectivo purge.xxx, no âmbito do lançamento do disco de estreia de Chris Petit – realizador que estará em foco no festival – e dos Mordant Music.
A cerimónia de abertura do Porto/Post/Doc está marcada para 24 de Novembro com a exibição única de “Kaiser: The Greatest Footballer Never To Play Football”, de Louis Myles, no Cinema Trindade. Uma história inacreditável de um jogador de futebol de topo que nunca chutou uma bola. A cerimónia de entrega de prémios fica entregue a Prince com “Sign O’ The Times” e a de encerramento a “Matangi/Maya/M.I.A.”, de Steve Loveridge. Dentro das sessões especiais, destaque ainda para “Sarapanta”, documentário sobre auroras boreais rodado no Alasca e realizado pelo português Cristiano Saturno, que será exibido no Planetário do Porto e às exibições únicas de “Graves Without a Name”, de Rithy Pan, “Welcome to Sodom”, de Christian Krönes, Florian Weigensamer, “A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos”, de Aya Koretzky, e “Riddles of Sphynx”, de Laura Mulvey e Peter Wollen.
No total são cerca de 130 filmes que vão ocupar o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, o Cinema Passos Manuel, o Cinema Trindade e o Planetário do Porto – Centro Ciência Viva. A programação do Porto/Post/Doc integrará ainda três focos centrados na obra da dupla Reis/Cordeiro, Matías Piñeiro e Chris Petit, um ciclo especial realizado em parceria com o DokuFest que olha a produção cinematográfica recente do Kosovo, um painel de conversas que, ao longo de três dias, explorará o tema Ficções do Real (“Fórum do Real”),
sessões de cinema para famílias, concertos e festas especiais que prometem levar o cinema também à pista de dança.
A edição de 2018 do Porto/Post/Doc conta com o apoio da Câmara Municipal do Porto, do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual – Ministério da Cultura, da CVRVV – Vinho Verde, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Acción Cultural Española – AC/E, da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema e da ArtWorks.
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