Já são conhecidas as primeiras novidades da 18.ª Edição do MOTELX, o Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa que se irá realizar de 10 a 16 de Setembro deste ano: três longas-metragens em estreia nacional – “The Devil’s Bath”, “Exhuma” e “Sayara” -, um ciclo com filmes de terror proibidos pelo Estado Novo – no âmbito do 50 anos do 25 de Abril – e o MOTELX AV Lab co-hosted by Liquid Sky Artistcollective – programa laboratorial de fusão entre música electrónica e cinema de género, que passará pelo Beato Innovation District.
“The Devil’s Bath“, de Veronika Franz e Severin Fiala, é o mais recente filme da dupla austríaca criadora de “Goodnight Mommy” e “The Lodge”, que regressa à Áustria do século XVIII, inspirada pelo livro científico “Suicide by Proxy in Early Modern Germany: Crime, Sin and Salvation”, de Kathy Stuart. Este drama histórico de terror, que foi um dos títulos que mais brilhou na última Berlinale, explora os caminhos mais sombrios da mente através da personagem de Anja Plaschg, uma mulher isolada e oprimida pelas crenças religiosas e normas sociais do seu tempo.
Estreia-se também o sul-coreano “Exhuma“, a terceira longa-metragem de Jang Jae-hyun – outro realizador que se destacou na Berlinale deste ano -, um thriller sobrenatural que aborda questões de classe, tradição, religião e superstição, bem como o seu papel na história e identidade cultural da Coreia do Sul – e que conta com um elenco repleto de química, liderado por Choi Min-sik, a estrela do mítico “Oldboy”, de Park Chan-wook.
O terceiro filme desta primeira vaga é “Sayara“, de Can Evrenol, realizador de “Baskin” e “Housewife”, e promete um valente murro no estômago com uma resposta gory e destrutiva à violência de género que ameaça a vida das mulheres todos os dias, numa altura em que o número de femicídios e agressores por julgar ainda se sente um pouco por todo o mundo.
Ainda para o grande ecrã, a 18.ª edição garante o ciclo “A Bem da Nação – Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo“, com a exibição de cinco obras banidas pela censura. Um género que “colocava muitos problemas” entre distribuidores e censores era, obviamente, o terror. Nesse período de 30 anos de ditadura (1944-1974) estrearam-se nas salas nacionais apenas 23 filmes de terror, 16 foram totalmente proibidos e apenas um estreou sem cortes. Um programa inserido nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Como é habitual, a casa oficial do cinema de terror é o Cinema São Jorge mas, nesta edição, o MOTELX vai até ao Beato, mais concretamente ao Beato Innovation District (antes Hub Criativo do Beato), onde está previsto um dos núcleos da programação do Warm-Up, a mesma que antecipa o arranque oficial do Festival. Este ano, é aí que terá lugar o MOTELX AV Lab co-hosted by Liquid Sky Artistcollective.
Nos dias 6 e 7 de Setembro, com o apoio da Thomann, o MOTELX e o colectivo artístico Liquid Sky levam a cabo um programa disruptivo que combina música electrónica e terror através de workshops DIY de sintetizadores, jam sessions, performances e cinema underground. Músicos, realizadores, sound designers ou artistas curiosos por instalações de VJ art, sejam principiantes ou profissionais, estão convidados a participar nesta experiência dinâmica e interactiva, conduzida por alguns dos mais visionários inventores da indústria, que vão ensinar a arte de pintar paisagens e galáxias sonoras.
Por agora, estão confirmados os workshops das marcas Error Instruments (Países Baixos), orientado por Paul Tas; Freedom Enterprise (Portugal), por Pedro da Silva; e Modor Music (Bélgica), por Marcel Belmans; o workshop-performance do músico, tecnólogo e jornalista de Berlim, Peter Kirn, que vai utilizar o motor de jogo Unreal Engine para um instrumento audiovisual imersivo; e o showcase exclusivo do novíssimo sintetizador da Erica Synths (Letónia), a revelar ao público pela primeira vez no MOTELX AV Lab co-hosted by Liquid Sky Artistcollective.
A programação completa estará disponível brevemente.
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