Está fechada a lista de curtas-metragens em competição pelo Lince de Prata no FEST 2019. São 53 filmes, num universo de linguagens que nos mostram o olhar sobre o mundo dos jovens cineastas que estão a marcar os principais festivais internacionais. Do controverso realizador espanhol Eduardo Casanova a Diego Céspedes, vencedor do prémio para obras de escola em Cannes, passando pelo olhar de Tiago Aragão sobre a luta indígena no Brasil, por Espinho passam alguns dos nomes que marcarão o futuro do cinema mundial.
Foi o grande vencedor do prémio Cinefondation em Cannes. “The Summer of the Electric Lion” conta a história do domínio ilegítimo que um homem carismático exerce sobre os seus devotos, em particular sobre uma criança e garantiu a Diego Céspedes a possibilidade de estrear a sua primeira longa-metragem no festival francês.
Eduardo Casanova está no centro das atenções da comunidade cinéfila espanhola. Excêntrico e controverso, marcou a edição 2018 do festival de Berlim com a sua primeira longa, “Skins”, uma visão sobre as minorias sociais mais marginalizadas. A Espinho traz “I’m Sorry My Love”, uma visão alternativa do assassinato de Kennedy.
Ainda em competição para o Lince de Prata de ficção, destaque para “Bonobo”, de Zoel Aeschbacher, curta-metragem que ganhou o prémio do público em Clermont-Ferrand e que conta a história de um elevador avariado – e das três vidas que ficam viradas de pernas para o ar por causa disso.
A competição de curtas do FEST faz-se também de um olhar sobre as muitas histórias que marcam as actualidades locais e mundiais. Olhares a quebrar mitos, a desvendarem comunidades paralelas ou a desbravar caminhos para entendermos o próximo. Da descoberta das histórias da selva colombiana, onde a guerra e os mitos se misturam de “Our Song to War”, ao dia-a-dia de uma comunidade de que se alimenta de animais atropelados nas estradas de “Liminaali & Communitas”, passando pela luta dos direitos dos indígenas no Brasil, durante a campanha eleitoral do actual presidente, Jair Bolsonaro, de “Entre Parentes”.
A competição para o Lince de Prata do FEST integrará ainda filmes experimentais e animações. Comprometido com a sua missão de revelar, acompanhar e dar espaço aos novos realizadores, o FEST integra ainda uma competição de filmes de escola (NEXXT), com uma selecção de 42 filmes vindo de diversos espaços de formação nacionais e internacionais.
O FEST está de regresso a Espinho entre os dias 24 de Junho a 1 de Julho, para uma nova edição que junta o novo cinema mundial a um vasto programa de indústria, destinado a curiosos, alunos e profissionais da área. Confirmados para as secções Training Ground e Director’s Hub do festival estão, entre outros, Marjane Satrapi, Jonathan Morris, Stuart Dryburgh, Baltasar Kormákur e a equipa de edição de som de Bohemian Rapsody. A programação completa será anunciada no início de Junho.
Sem Comentários