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Está quase aí o IndieLisboa 2020 (e há literatura da boa)

Por Deus Me Livro · Em 17/08/2020

São mais de 240 filmes que fazem parte do alinhamento da 17ª edição do IndieLisboa, que irá decorrer entre os dias 25 de Agosto e 5 de Setembro na cidade de Lisboa. Uma edição que traz também literatura e da boa, seja com a estreia do filme “A Arte de Morrer Longe”, adaptado da obra do escritor Mário de Carvalho, ou à boleia do programa Cinema e 5L, feito este ano em parceria com o Festival literário Lisboa 5L, um conjunto de 4 documentários com autoria de Carlos Vaz Marques e realização de Graça Castanheira sobre vencedores do prémio Saramago: João Tordo, Adriana Lisboa, Ondjacki e Paulo José Miranda são os retratados. Esprememos os comunicados de imprensa e fizemos sumo de Indie:

Da retrospectiva de Ousmane Sembène à celebração dos 50 anos do Forum Berlinale, passando pelas competições principais, vislumbrando os olhares distintos compilados na secção Silvestre, dentro da qual poderemos mergulhar num foco ao trabalho de uma realizadora cujo nome instiga cinéfilos, Mati Diop, até às propostas de cinema do Director’s Cut, a música que ecoa nos documentários que integram o IndieMusic, o expansivo imaginário que é perpetuado no IndieJúnior, e acabando o dia a tentar não tapar os olhos com as mãos na Boca do Inferno, esta 17ª edição volta a ser nuclear, mas desta vez será apreciada de máscara na cara, gel desinfectante no bolso, e seguindo todas as regras de segurança da DGS dentro e fora das salas (estas com espaçamento e lotação limitada).

A cerimónia de abertura do festival arrancará às 19h00 do dia 25 de Agosto, na sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, com La Femme de Mon Frère, a estreia na realização de Monia Chokri, que conhecemos dos filmes de Xavier Dolan, e que emana aqui aquele brilho autoral do cinema independente.

E um sentido até já depois de mais uma edição, com Um Animal Amarelo, filme de Felipe Bragança (co-produção O Som e a Fúria), um filme que acompanha um falido cineasta brasileiro, num argumento que conta com a colaboração de João Nicolau, e poderá ser visto no dia 5 de Setembro, no Grande Auditório da Culturgest, pelas 21h30.

O compromisso que o festival tem com a produção nacional mantém-se, agora com mais de 50 filmes, longas e curtas-metragens, que farão parte desta edição. Atenção redobrada para as sessões especiais que se juntam agora à programação e que trazem consigo Fojos, um documentário de Anabela Moreira e João Canijo, rodado em Castro Laboreiro; 28 ½, o segundo filme de Adriano Mendes sobre uma jovem numa Lisboa gentrificada; e a primeira longa-metragem do compositor islandês Jóhann Jóhannsson, Last and First Man.

Nas curtas, destaque para Adeus Senhor António, realizada por Júlia Buisel, anotadora e actriz de Manoel de Oliveira, que continua no universo de Fernando Pessoa e Para Cá do Marão, de José Mazeda, conhecido produtor que se estreia aqui na realização, reproduzindo uma história que ouviu durante a rodagem de “Terra Fria” de António Campos.

Destaca-se ainda, no programa Cinema e 5L, feito este ano em parceria com o Festival literário Lisboa 5L, um conjunto de 4 documentários, de autoria de Carlos Vaz Marques, com realização de Graça Castanheira e produção da Midas Filmes, sobre vencedores do prémio Saramago: João Tordo, Adriana Lisboa, Ondjaki e Paulo José Miranda são os retratados.

Ciclo Cinema e 5L

Cinema e Literatura
Francisca, Manoel de Oliveira, fic., Portugal, 1981, 167′

Cinema e Leitura
858 Pages Plus Au Sud, Grégory Buchert, doc., França, 2011, 59′

Cinema e Língua
L’Enfant Sauvage / The Wild Child, François Truffaut, fic., France, 1970, 85′

Cinema e Livraria
The Booksellers, D.W. Young, doc., EUA, 2019, 99′

Cinema e Livro
Resurrezione / Ressurection, Tonino De Bernardi, doc., Itália,
2019, 117′

Juntamo-nos ainda ao aniversário da Agência da Curta Metragem que fez 20 anos, completando um ciclo de cineastas programadores. O IndieLisboa escolheu Gabriel Abrantes para olhar para o cinema português de curta metragem e a escolha foi tudo menos óbvia: de Carlos Conceição a Miguel Gomes, de Leonor Teles a João Moreira, com o seu incrível Bruno Aleixo.

Ao contrário de outros anos, esta edição contará com sessões de cinema ao ar livre, acrescentando às salas habituais do festival (Cinema São Jorge, Culturgest, Cinema Ideal e Cinemateca Portuguesa) o Cineteatro Capitólio, onde poderemos ver cinema numa tela com o céu como plano de fundo. Também na Esplanada da Cinemateca, poderão ser vistos filmes quase todas as noites.

Filmes que poderão ver projectados numa tela ao ar livre:

Capitólio

Dreamland, de Bruce McDonald • Boca do Inferno | Ficção, 2019, 92′ | 26 Agosto, 21h30
Baamum Nafi, de Mamadou Dia • Competição Internacional | Ficção, 2019, 109′ | 27 Agosto, 21h30
Yummy, de Lars Damoiseaux • Boca do Inferno | Ficção, 2019, 88′ | 28 Agosto, 21h30
Le Regard de Charles, de Marc di Domenico • IndieMusic | Documentário, 2019, 75′ | 29 Agosto, 21h30
The Other Lamb, de Malgorzata Szumowska • Boca do Inferno | Ficção, 2019, 97′ | 30 Agosto, 21h30
Greener Grass, de Dawn Luebbe, Jocelyn DeBoer • Boca do Inferno | Ficção, 2019, 95′ | 31 Agosto, 21h30
White Riot, de Rubika Shah • IndieMusic | Documentário, 2019, 80′ | 1 Setembro, 21h30
Overseas, de Sung-a Yoon • Silvestre | Documentário, 2019, 90′ | 2 Setembro, 21h30
Show Me the Picture: The Story of Jim Marshall, de Alfred George Bailey • IndieMusic | Documentário, 2019, 92′ | 3 Setembro, 21h30
Sessão Tudo em Família (+3 anos) • IndieJúnior | 45′ | 4 Setembro, 21h
Jacob, Mimmi e os Cães Falantes, de Edmunds Jansons • IndieJúnior | Animação, 2019, 70′ | 5 Setembro, 21h

Esplanada da Cinemateca Portuguesa

Ceddo, de Ousmane Sembène • Retrospectiva | Ficção, 1977, 120′ | 27 Agosto, 21h30
Guelwaar, de Ousmane Sembène • Retrospectiva | Ficção, 1992, 115′ | 28 Agosto, 21h30
Emitaï, de Ousmane Sembène • Retrospectiva | Ficção, 1971, 103′ | 29 Agosto, 21h30
Faat Kiné, de Ousmane Sembène • Retrospectiva | Ficção, 2001, 120′ | 31 Agosto, 21h30
W.R. – Misterije Organizma, de Dušan Makavejev • Retrospectiva | Ficção, 1971, 84′ | 1 Setembro, 21h30
Eldrige Cleaver, Black Panther, de William Klein • Retrospectiva | Documentário, 1970, 75′ | 3 Setembro, 21h30
Camp de Thiaroye, de Ousmane Sembène • Retrospectiva | Ficção, 1988, 157′ | 4 Setembro, 21h30
Moolaadé, de Ousmane Sembène • Retrospectiva | Ficção, 2004, 124′ | 5 Setembro, 21h30

Para além disto, testemunharemos também uma mais forte presença da aplicação do festival, que não só ajudará a expandir o universo do festival, mas também facilitará a aproximação do público a este, numa edição fisicamente mais distanciada. Com a aplicação, será possível fazer a calendarização de sessões que se queira ver e personalizar a experiência do festival na palma da mão, sendo tão informativo como o website, com acesso a notícias e informações adicionais destiladas dos filmes (para aceder em  indielisboa.com/app).

A exponenciar a acção da aplicação, o festival tem um Whatsapp este ano, mais uma fonte de comunicação onde poderás não só tirar dúvidas, mas ter alguém do outro lado que te ajudará a navegar pelo programa. Pergunta-nos o que ver, dar-te-emos dicas de filmes!

Também para o online se transportará os encontros promovidos pelas LisbonTalks e pelas actividades de indústria do festival. Ancoradas sempre num tema único, as LisbonTalks são este ano dedicadas aos actores e à representação no audiovisual nacional. Em quatro conversas de streaming gratuito programadas ao longo das datas do festival procurar-se-á tomar o pulso a uma classe profissional profundamente fértil e numerosa para dar tempo de antena a preocupações da sua prática laboral como sejam as questões de empregabilidade e o almejado estatuto do intermitente, bem como debater o papel interno do audiovisual português numa mudança de paradigma em mais e melhor representatividade, entre outras questões. Destaque ainda para a única conversa a ter lugar presencialmente, no dia 27 de Agosto na esplanada da Cinemateca Portuguesa e em parceria com o Goethe-Institut Lisboa, intitulada Forum 50 & Ousmane Sembène: o cinema como forma de reflexão e acção política.

Já nas actividades direccionadas exclusivamente a profissionais, anuncia-se a programação das Lisbon Screenings, sessões onde são apresentados novos filmes portugueses terminados ou ainda por terminar à procura de uma estreia mundial ou internacional. Destaque para as novas longas metragens de Cláudia Alves, João Botelho, Júlio Alves e Sérgio Tréfaut, e as novas curtas metragens de Clara Jost, Ico Costa, Laura Carreira, Tomás Paula Marques, entre outros. As Lisbon Screenings são uma organização da Portugal Film – Agência Internacional de Cinema Português e que decorrem durante o IndieLisboa.

Boca do Inferno: filmes melhor compreendidos sob a luz do luar

Um dos espaços de culto do IndieLisboa (que este ano exclui a sua Maratona), volta a assombrar-nos com os seus filmes desconcertantes e temas fracturantes. De destaque este ano, encontramos Greener Grass, de e com Dawn Luebbe e Jocelyn DeBoer, uma comédia negra que faz lembrar o que aconteceria se juntássemos um filme de David Lynch com um de Wes Anderson; Dreamland, no melhor humor distópico e coolness violenta de Bruce McDonald; o pesadelo de um jovem casal em Vivarium, de Lorcan Finnegan; e o clássico de culto Cremator, de Juraj Herz, numa cópia digital restaurada. Também de realçar é a primeira longa de Matthew Rankin, The Twentieth Century, uma maravilhosa bizarria camp, muito kitsch, que faz lembrar o expressionismo alemão e traz consigo a estética da televisão dos anos 80. E também as curtas-metragens Danny’s Girl, de Emily Wilson, sobre um encontro de um rapaz com a sua namorada virtual; The Fall, de Jonathan Glazer, onde uma multidão de mascaradas persegue e pune um homem de máscara e Karv, sobre a solução para todos os carecas.

Director’s Cut: filmes que retrabalham o património visual cinematográfico

Nesta secção, onde filmes novos, que mergulham na memória do cinema vêm habitar, são de destacar o El Tango del Viudo y su Espejo Deformante, de Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento, filme que Ruiz iniciou ainda no Chile, e que a sua viúva Valeria acaba agora com a ajuda de especialistas em leitura de lábios para reconstruir diálogos sobre um homem a quem lhe aparece o fantasma da sua viúva; a versão restaurada do filme de culto do situacionista e cineasta René Viénet, La Dialectique Peut-elle Casser des Briques?, um filme de kung-fu que abre as portas ao diálogo marxista sobre conflitos entre classes; e o trabalho profundamente inter-ligado às rotas da lusofonia de Ariel de Bigault com Fantasmas do Império. De relevo, dois filmes de Mark Rappaport, uma das vozes mais originais do cinema e cinefilia americanos, a longa Conrad Veit – My Life, sobre o actor germânico, e a curta-metragem Anna/Nana/Nana/Anna, sobre Anna Sten, vedeta do cinema mudo russo.

Novíssimos: as mais recentes vozes no contexto cinematográfico português

Depois de passar pelo Festival de Sundance, La Leyenda Negra, de Patricia Vidal Delgado, cineasta sediada em Los Angeles, chega ao IndieLisboa com uma história de crescimento de uma jovem estudante latina, Aleteia, que procura prosseguir os seus estudos universitários, aproximando assim a visão sobre o momento tenso da política americana e as divisões existentes na comunidade hispânica. Nas curtas-metragens, é de destacar À Tarde, Sob o Sol, de Gonçalo Pina, uma reflexão do que é o desejo e desejar, Nestor, de João Gonzalez, sobre um homem que vive numa casa-barco, e Selvajaria, de Camila Vale, sobre uma rapariga que vive rodeada de aparelhos, cabos e o brilho de ecrãs.

Toda a programação poderá ser consultada em www.indielisboa.com. Os bilhetes podem ser comprados na Ticketline ou nas bilheteiras físicas do festival.

A 17.ª edição do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema decorre entre os dias 25 de Agosto a 5 de Setembro no Cinema São Jorge, Culturgest, Cinema Ideal e na Cinemateca Portuguesa e Cineteatro Capitólio. O festival prolongar-se-á até dia 11 de Setembro com sessões adicionais no Cinema Ideal, onde terão lugar sessões de filmes premiados, e na Cinemateca Portuguesa, com projecções de filmes pertencentes às retrospectivas de Ousmane Sembène e 50 Anos do Forum Berlinale.

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