• Mil Folhas
  • Música Com Cabeça
  • Cine ou Sopas
deusmelivro
Cine ou Sopas 0

“Alien: Covenant” | Ridley Scott

Por Nuno Camões · Em 07/06/2017

É um planeta arrepiante, tempestuoso, onde chove sem parar e os relâmpagos rasgam os céus. É o mundo de “Alien: Covenant”. Já lá vamos.

Covenant é o nome da gigantesca nave que transporta 2.000 colonos em cápsulas criogénicas. O seu destino é o paraíso distante de Origae-6, planeta que irá albergar um posto avançado da raça humana. O único acordado é o andróide Walter (Michael Fassbender), uma versão melhorada de David – que conhecemos em “Prometheus”, filme de 2012.

De súbito, a nave é atingida por uma explosão de energia e a tripulação desperta em sobressalto. No meio da confusão, o Comandante interpretado (brevemente) por James Franco morre, cabendo a Oram (Billy Crudup), o débil imediato, assumir a liderança da missão. Pouco tempo depois, recebem uma transmissão duvidosa, oriunda de um planeta próximo com condições ideais para a vida humana. Esperançoso, o devoto Oram decide investigar.

Alien - Covenant, Ridley Scott, Deus Me Livro

Contra esta decisão está a mulher do falecido Comandante, Daniels (Katherine Waterston) – que faz as vezes de Sigourney Weaver – mas a sua opinião não vinga. Quando a tripulação aterra no planeta, encontra um ambiente que parece semelhante ao da Terra. Mas em breve começa a chacina.

O filme de Ridley Scott é uma sequela directa do anterior “Prometheus”, tendo lugar 10 anos depois dos acontecimentos aí relatados. “Prometheus” foi acusado de não ser fiel ao verdadeiro cânone Alien – em vez de se basear no espírito de terror série B da obra-prima de 1979, “Alien”, Scott apontou noutra direcção, mais centrado nas grandes questões da humanidade: quem somos, de onde vimos, quem nos criou?

Em “Alien: Covenant”, o realizador decidiu voltar às origens. Desde o título até ao marketing do lançamento, o filme foi vendido como um descendente directo do primeiro Alien, com um objectivo declarado: aterrorizar as plateias. De facto, “Covenant” tem muito em comum com o Alien original: os mesmos ambientes de casa assombrada; espaços cavernosos onde a água pinga e algo se esconde no canto mais escuro; a mesma estrutura no argumento – uma nave é atraída para um planeta inexplorado por um sinal misterioso, de origem desconhecida e, chegados ao planeta, um destino igualmente terrível recai sobre os tripulantes. E claro, os mesmos ovos resinosos. Não seria um verdadeiro “Alien” sem eles – e não podia faltar um idiota a olhar lá para dentro.

Alien - Covenant, Ridley Scott, Deus Me Livro“Covenant” é um clássico “Alien”, mas com mais de tudo: mais sangue e tripas, mais Aliens a sair de mais sítios: das costas, da boca, das costelas, com sustos e gritos em abundância. Desde o início que se percebe que Scott e os seus colaboradores querem identificar o filme com a matriz original: há até porções da banda sonora original de “Alien” que se ouvem subtilmente em várias cenas.

É um filme aterrador, ao nível do melhor que Scott já fez, com momentos angustiantes de suspense. As grandes questões metafísicas ainda lá estão, servindo como pano de fundo da acção, de uma forma mais equilibrada do que em “Prometheus”. O coração do filme, no entanto, é a performance de Fassbender. O actor é excelente no seu papel duplo, criando personalidades opostas para os dois andróides Walter e David. Um regresso de Ridley Scott à boa forma num filme que, não sendo genial, é vibrante e energético, pleno de sustos. Mas é no sintético e gélido Fassbender que se vislumbra o futuro desta saga.

Alien - CovenantRidley Scott

Nuno Camões

Pode Gostar de

  • Cine ou Sopas

    Sonica Ekrano regressa ao Barreiro e estende-se a Lisboa

  • Cine ou Sopas

    Filmin estreia canal de música ao som de Blur e Ryuichi Sakamoto

  • Cine ou Sopas

    Yôko e as gangues sukeban

Sem Comentários

Deixe uma opinião Cancelar

Siga-nos aqui

Follow @Deus_Me_Livro
Follow on Instagram

Fitas

  • Sonica Ekrano regressa ao Barreiro e estende-se a Lisboa

    11/04/2025
  • Filmin estreia canal de música ao som de Blur e Ryuichi Sakamoto

    10/03/2025
  • Yôko e as gangues sukeban

    05/02/2025
  • Chaplin com orquestra, filmes censurados e miúdos realizadores nas bodas de diamante do São Jorge

    18/01/2025
  • IndieJúnior Porto, IndieJúnior, IndieJúnior 2025, IndieJúnior Porto 2025, Deus Me Livro,

    9.ª edição do IndieJúnior Porto reflecte sobre Comunidade, Partilha e Empatia

    13/01/2025
Acha o Deus Me Livro diferente? CLIQUE AQUI.

Archives

  • May 2025
  • April 2025
  • March 2025
  • February 2025
  • January 2025
  • December 2024
  • November 2024
  • October 2024
  • September 2024
  • August 2024
  • July 2024
  • June 2024
  • May 2024
  • April 2024
  • March 2024
  • February 2024
  • January 2024
  • December 2023
  • November 2023
  • October 2023
  • September 2023
  • August 2023
  • July 2023
  • June 2023
  • May 2023
  • April 2023
  • March 2023
  • February 2023
  • January 2023
  • December 2022
  • November 2022
  • October 2022
  • September 2022
  • August 2022
  • July 2022
  • June 2022
  • May 2022
  • April 2022
  • March 2022
  • February 2022
  • January 2022
  • December 2021
  • November 2021
  • October 2021
  • September 2021
  • August 2021
  • July 2021
  • June 2021
  • May 2021
  • April 2021
  • March 2021
  • February 2021
  • January 2021
  • December 2020
  • November 2020
  • October 2020
  • September 2020
  • August 2020
  • July 2020
  • June 2020
  • May 2020
  • April 2020
  • March 2020
  • February 2020
  • January 2020
  • December 2019
  • November 2019
  • October 2019
  • September 2019
  • August 2019
  • July 2019
  • June 2019
  • May 2019
  • April 2019
  • March 2019
  • February 2019
  • January 2019
  • December 2018
  • November 2018
  • October 2018
  • September 2018
  • August 2018
  • July 2018
  • June 2018
  • May 2018
  • April 2018
  • March 2018
  • February 2018
  • January 2018
  • December 2017
  • November 2017
  • October 2017
  • September 2017
  • August 2017
  • July 2017
  • June 2017
  • May 2017
  • April 2017
  • March 2017
  • February 2017
  • January 2017
  • December 2016
  • November 2016
  • October 2016
  • September 2016
  • August 2016
  • July 2016
  • June 2016
  • May 2016
  • April 2016
  • March 2016
  • February 2016
  • January 2016
  • December 2015
  • November 2015
  • October 2015
  • September 2015
  • August 2015
  • July 2015
  • June 2015
  • May 2015
  • April 2015
  • March 2015
  • February 2015
  • January 2015
  • December 2014
  • November 2014
  • October 2014
  • September 2014
  • August 2014
  • July 2014
  • Contacto