Num formato mais largo que o das colecções regulares de mangá – um pouco no estilo de “Boa Noite, PunPun” -, “Crianças do Mar 1” (Devir, 2024) é o primeiro de uma colecção que será servida em 5 volumes, escrita e desenhada por Daisuke Igarashi, que levou para casa o Prémio de Excelência Japa Cartoonist Association em 2009 e o Prémio “Great Graphic Novel for Teens” American Library Association em 2010.

“Quando era pequena, vi um fantasma no aquário. Agora que penso, deve ter sido aí que tudo começou”. As palavras são da narradora que, ao volante de um barco em alto mar, promete ao ao neto – e ao leitor – uma história “sobre o mar. Uma história que ninguém sabe. Sobre um tubarão gigante que se esconde nas profundezas. Sobre os fantasmas que percorrem o mar. E também sobre o caminho que liga o mar ao universo. Sobre o papel dos oceanos”.
Ruka Azumi tem 14 anos e vive numa pequena cidade do Japão. À boleia da indisciplina vê-se afastada dos treinos de Verão da equipa, o que a faz viajar até Tóquio, usando o dinheiro que estava guardado para comprar sapatos. Ruka vai em busca do mar, encontrando nas palavras de um jovem mergulhador a melhor das definições para o que os seus olhos não conseguem transformar em palavras: “O mar de Tóquio é como um brinquedo estragado”.

É nessas férias que Ruka conhece Umi e Sora, duas crianças misteriosas criadas por dugongos, mamíferos marinhos em vias de extinção. Uma dupla que se sente mais confortável na água do que em terra, e cuja origem iremos conhecer nos próximos volumes, enquanto peixes desaparecem de aquários em todo o mundo. A mais poética e ecológica série mangá que poderão ler de momento – o 2º volume está também disponível nas livrarias.
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