• Mil Folhas
  • Música Com Cabeça
  • Cine ou Sopas
deusmelivro
5L, 5L 2025, Deus Me Livro, Edite Guimarães, Entrevista,
Mil Folhas 0

Entrevista: Edite Guimarães apresenta-nos o 5L

Por Pedro Miguel Silva · Em 08/05/2025

Depois de ter celebrado o Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 Maio) com várias escolas da cidade de Lisboa, o festival 5L prossegue este fim-de-semana (9, 10 e 11 de Maio) festejando a Língua, a Literatura, os Livros, as Livrarias e a Leitura, propondo explorar a relação entre cultura e inovação – lugar de utopia e distopia. Colocámos 5 questões a Edite Guimarães, Chefe de Divisão da Rede de Bibliotecas de Lisboa, que fez um balanço das edições anteriores, antecipou edições futuras e apresentou algumas recomendações de um programa onde cabem concertos, conversas, espectáculos, exposições, oficinas e palestras.

Depois de, na primeira edição, ter ocupado teatros, cinemas, livrarias e algumas ruas e praças da cidade de Lisboa, o 5L muda agora de ares para o “Beato Innovation District”, local que será a base da programação dos dias 9, 10 e 11 de Maio. A que se deveu esta mudança na filosofia geográfica do festival?

Ao longo das primeiras quatro edições, o Festival Lisboa 5L registou duas alterações na sua matriz geográfica de implementação na cidade, bem como no fio condutor da sua programação. Nas primeiras três edições do Festival, a ideia passou por concentrar no Teatro São Luiz a maioria do programa, com a restante programação espalhada por espaços parceiros: como livrarias, outros teatros, bibliotecas, museus e hotéis. O programa foi desenhado numa matriz multidisciplinar, através da celebração dos 5L que integram o nome do festival: Língua, Livros, Literatura, Leitura e Livrarias. Em 2023, na sua 4.ª edição, o Festival apresentou, pela primeira vez, um tema: Centro e Periferias. Mudámos de território, centrámos a programação na Biblioteca Palácio Galveias e distribuímos atividades pelas Bibliotecas de Alcântara, Camões, Marvila e pelas estações intermodais de transportes: Rossio: Terreiro de Paço e Cais do Sodré. Na edição deste ano, decidimos concentrar toda a programação num só espaço geográfico, que pudesse ser percorrido a pé e que possibilitasse uma experiência mais completa do programa, pois percebemos que espalhar a programação por vários espaços da cidade, revelou-se um desafio para quem queria assistir à programação dispersa por vários locais.

Que balanço poderá ser feito das quatro anteriores edições do festival, e de que forma poderemos olhar para a edição deste ano: uma aposta na continuidade ou o desejo de uma viragem?

As primeiras quatro edições foram incríveis e o balanço que fazemos é muito positivo. Nesse balanço ficou claro que pretendemos consolidar o festival mantendo uma programação eclética e bem articulada entre si. Faz-nos sentido definir, a cada edição, um tema concreto, que cruze a Cultura com outra dimensão estruturante da sociedade, e que esse tema seja explorado através das dimensões da Língua e da Literatura. Ficou, igualmente, claro que queremos reforçar o papel das Bibliotecas de Lisboa enquanto intervenientes activos na construção do programa.

É uma edição claramente política, onde se olha para os desafios colocados pela Inteligência Artificial ou para as formas de censura que ameaçam as democracias. A Literatura continua a ser um meio primordial para o combate à desinformação e um estímulo para o pensamento crítico?

A edição deste ano reflecte o que acredito ser também o papel das bibliotecas públicas: o de contribuir activamente para a reflexão e discussão informadas e esclarecidas. Isto só pode acontecer se colocarmos em diálogo visões e opiniões divergentes, num ambiente de respeito, fundamental para a garantia e promoção de liberdade de expressão e acesso à informação, conforme estabelecido na Constituição da República Portuguesa e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este diálogo entre visões não concordantes é transversal a todas as mesas de debates, entre as quais estão as relacionadas com a Inteligência Artificial. Considero que a Literatura é fundamental para promover o pensamento crítico, na medida em que, enquanto disciplina de criação artística, ocupará sempre um papel de criação de novos olhares, formas de pensar e viver, sejam mundos, paisagens ou personagem reais, imaginados ou até misturas difusas entre ambos.

Carlos Vaz Marques, Catarina Magro e Jorge Amorim são os curadores desta edição. Como chegaram a estes nomes e de que forma descobrimos a sua assinatura no programa deste ano?

O tema escolhido para a edição de 2025 foi o cruzamento entre a cultura e a inovação, dois pilares essenciais para a governação das cidades, explorado através do olhar da Língua e da Literatura. Escolhido o tema, sentimos necessidade de adicionar à equipa das Bibliotecas de Lisboa o valor e o conhecimento de quem, diariamente, estuda, analisa, reflecte e publica. E foi nesse pressuposto que identificámos três pessoas que em comum têm a paixão pelos livros, pela divulgação e partilha do conhecimento. Assim, para connosco desenharem o programa da edição de 2025 temos: Carlos Vaz Marques (Literatura), Catarina Magro (Língua) e Jorge Amorim (Ciência Cognitiva e Inteligência Artificial). Este foi um trabalho em equipa, com as Bibliotecas de Lisboa, que se desenvolveu ao longo de meses e cujo resultado é um programa coeso, eclético, com propostas programáticas bem articuladas entre si, pois fazem parte de um todo pensado com muita dedicação, atenção e cuidado.

Para um leitor indeciso em fazer a viagem à capital, que destaques apresentaria como forma de persuasão?

Começaria por sublinhar que este Festival vai ser uma oportunidade para conhecer uma unidade fabril criada em 1897, que preserva a memória do que outrora foi a Manutenção Militar. Quanto à programação destacaria: a palestra sobre Desinformação, censura de livros e o fim da democracia; a conversa Inteligência artificial na escrita e educação – pontes para o futuro; a conversa entre Amin Maalouf e José Mário Silva; a conversa entre Robert Berwick e Pilar Barbosa; a conversa entre Juan Villoro e José Alberto Carvalho e a conversa entre Paul Lynch e Isabel Lucas. Destaco, ainda, os concertos Inatel: Lisbon Poetry Orchestra e Ana Lua Caiano, a exposição da Fundação Santander Todas as coisas são mesa para os pensamentos e a festa de abertura com um dj set de Nuno Varela e Rainer Brito.

—

Toda a programação do 5L está disponível em https://lisboa5l.pt/

5L5L 2025Deus Me LivroEdite GuimarãesEntrevista

Pedro Miguel Silva

Pode Gostar de

  • O Céu da Língua, Gregorio Duvivier, Deus Me Livro, H2N Culture Connectors, Mil Folhas

    Gregorio Duvivier volta a mostrar-nos O Céu da Língua

  • O Som da Mentira, Amy Tintera, Deus Me Livro, Crítica, Singular, Mil Folhas

    “O Som da Mentira” | Amy Tintera

  • Dentro da Tenda, Lucie Lučanská, Deus Me Livro, Crítica, Planeta Tangerina, Mil Folhas

    “Dentro da Tenda” | Lucie Lučanská

Sem Comentários

Deixe uma opinião Cancelar

Siga-nos aqui

Follow @Deus_Me_Livro
Follow on Instagram

Mil Folhas

  • O Céu da Língua, Gregorio Duvivier, Deus Me Livro, H2N Culture Connectors,

    Gregorio Duvivier volta a mostrar-nos O Céu da Língua

    08/05/2025
  • 5L, 5L 2025, Deus Me Livro, Edite Guimarães, Entrevista,

    Entrevista: Edite Guimarães apresenta-nos o 5L

    08/05/2025
  • O Som da Mentira, Amy Tintera, Deus Me Livro, Crítica, Singular,

    “O Som da Mentira” | Amy Tintera

    07/05/2025
  • Dentro da Tenda, Lucie Lučanská, Deus Me Livro, Crítica, Planeta Tangerina,

    “Dentro da Tenda” | Lucie Lučanská

    07/05/2025
  • Um Lugar Luminoso Para Gente Sombria, Mariana Enriquez, Deus Me Livro, Crítica, Quetzal,

    “Um Lugar Luminoso Para Gente Sombria” | Mariana Enriquez

    30/04/2025
Acha o Deus Me Livro diferente? CLIQUE AQUI.

Archives

  • May 2025
  • April 2025
  • March 2025
  • February 2025
  • January 2025
  • December 2024
  • November 2024
  • October 2024
  • September 2024
  • August 2024
  • July 2024
  • June 2024
  • May 2024
  • April 2024
  • March 2024
  • February 2024
  • January 2024
  • December 2023
  • November 2023
  • October 2023
  • September 2023
  • August 2023
  • July 2023
  • June 2023
  • May 2023
  • April 2023
  • March 2023
  • February 2023
  • January 2023
  • December 2022
  • November 2022
  • October 2022
  • September 2022
  • August 2022
  • July 2022
  • June 2022
  • May 2022
  • April 2022
  • March 2022
  • February 2022
  • January 2022
  • December 2021
  • November 2021
  • October 2021
  • September 2021
  • August 2021
  • July 2021
  • June 2021
  • May 2021
  • April 2021
  • March 2021
  • February 2021
  • January 2021
  • December 2020
  • November 2020
  • October 2020
  • September 2020
  • August 2020
  • July 2020
  • June 2020
  • May 2020
  • April 2020
  • March 2020
  • February 2020
  • January 2020
  • December 2019
  • November 2019
  • October 2019
  • September 2019
  • August 2019
  • July 2019
  • June 2019
  • May 2019
  • April 2019
  • March 2019
  • February 2019
  • January 2019
  • December 2018
  • November 2018
  • October 2018
  • September 2018
  • August 2018
  • July 2018
  • June 2018
  • May 2018
  • April 2018
  • March 2018
  • February 2018
  • January 2018
  • December 2017
  • November 2017
  • October 2017
  • September 2017
  • August 2017
  • July 2017
  • June 2017
  • May 2017
  • April 2017
  • March 2017
  • February 2017
  • January 2017
  • December 2016
  • November 2016
  • October 2016
  • September 2016
  • August 2016
  • July 2016
  • June 2016
  • May 2016
  • April 2016
  • March 2016
  • February 2016
  • January 2016
  • December 2015
  • November 2015
  • October 2015
  • September 2015
  • August 2015
  • July 2015
  • June 2015
  • May 2015
  • April 2015
  • March 2015
  • February 2015
  • January 2015
  • December 2014
  • November 2014
  • October 2014
  • September 2014
  • August 2014
  • July 2014
  • Contacto