Estão com saudades de Death Note, a série mangá que cruzou o mundo dos mortos com o dos vivos, girando à volta das ideias de livre-arbítrio, justiça e poder? Pois bem, Tsugumi Ohba e Takeshi Obata decidiram brindar-nos com “Death Note: Histórias Curtas” (Devir, 2024) uma “antologia de histórias isoladas” – como apresentado por Obata – que Tsugumi Ohba resume desta forma singular: “Neste volume, há assim umas partes mais disparatadas, mas peço que me perdoem por isso, é o meu estilo pessoal. Aceitem o facto de que o autor é uma pessoa muito limitada”.
Tudo começa em “e-Kira”, uma história que decorre nove anos após Light Yagama, também conhecido como Kira, ter sido morto pelo Shinigami Ryuk, informação escondida do grande público – e também do leitor. Há novamente um caderno a circular, numa altura em que o Japão deixou de ser o país com a maior esperança média de vida no mundo – caiu para a 6ª posição. Uma história sobre a necessidade de reconhecimento com um desenlace bem japonês, onde se descobre algum fascínio de Near por Kira: “…fez com que a taxa de criminalidade a nível global descesse 70% e acabou com as guerras”.
Até final, acompanhamos o amor de Ryuk por maçãs – e a sua clara propensão para perder cadernos -, a forma díspar como Kira é visto na escola e sob o olhar popular, a estranha rotina de L – que não se veste sozinho e tem uma estranha forma de se sentar na sanita –, ou aprendemos uma boa forma de arrumar de vez com o bullying. Há também algumas tiras cómicas com uma boa dose de taradice, numa compilação que nos mostra que um shinigami nunca dorme. Não tem o mesmo fulgor da série original, mas não deixa de ser uma boa forma de matar saudades de Death Note.
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