Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
Em 1972, o jovem encenador francês Georges Werler encontrou-se com Milan Kundera em Praga e levou clandestinamente para Paris o manuscrito de “Jacques e o Seu Amo”, peça escrita por Kundera após a invasão russa, quando toda a sua obra foi riscada das letras checas.
Inspirado pelo seu velho amor por “Jacques, o Fatalista”, Kundera concebeu este «divertimento no tempo da peste», a sua «homenagem a Diderot». A peça nada tem de lição filosófica; o que nela se exalta é o prazer da invenção, o humor e o racionalismo lúdico de Diderot, a sua extraordinária liberdade formal que, segundo Kundera, jamais encontrou paralelo na evolução da história do romance.
Na época em que Praga viveu o seu «fim do Ocidente», Kundera saboreou essa estonteante liberdade de Diderot como quem saboreia um valor condenado e sem futuro. Hoje, “Jacques e o Seu Amo” permanece como uma espantosa peça literária, à altura dos melhores romances do autor.
Nesta edição, a peça é acompanhada de três textos de Kundera, uma introdução, uma nota sobre a história da peça e as suas reflexões sobre Stravinsky e as suas “transcrições de homenagem de obras do passado”. E ainda de um texto de François Ricard: Variações sobre a arte da variação.
Sobre o autor
Milan Kundera (Brno, 1 de Abril de 1929 – Paris, 11 de Julho de 2023). Em 1975 fixou residência em Paris, tendo, em 1981, adotado a nacionalidade francesa. Autor de uma vasta obra, que abrange o romance, o ensaio e a poesia, é considerado um dos mais importantes escritores do século XX. “A Insustentável Leveza do Ser” é a sua obra mais aclamada pelos leitores e pela crítica, e em muito contribuiu para o tornar num autor reconhecido internacionalmente. Entre outros, foram atribuídos a Milan Kundera o Prémio Médicis (1973), o Prémio Mondello (1978), o Prémio Common Wealth (1981), o Prémio Jerusalém (1985) e o Prémio Independent de Literatura Estrangeira (1991).
Editora: Dom Quixote
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