Não está fácil a vida para Thomas. Primeiro teve de descobrir a saída de um imenso labirinto, guardado por terríveis devoradores mecânicos que pareciam impossíveis de derrotar; seguiu-se uma longa e perigosa travessia pela Terra Queimada, ou através do que sobrou do mundo como ainda o conhecemos hoje.
Agora, quando se esperava que a cura para a terrível doença chamada fulgor lhe fosse oferecida – assim como aos seus companheiros e amigos Clareirenses – pela CRUEL, Thomas vê-se confinado a um quarto sem janelas, totalmente branco, onde as luzes nunca são desligadas e a comida não muda em qualquer uma das três vezes do dia em que é servida: um pedaço de fiambre, uma fatia de pão e água.
Porém, ao vigésimo sexto dia a porta abre-se, surgindo a hedionda personagem que Thomas e amigos baptizaram de Homem Rato, desta vez com uma nova promessa: as Experiências chegaram ao fim. É tempo de devolver as memórias aos sobreviventes e completar, assim, a cura para o fulgor, que terá de passar por um incontável número de variáveis.
Enquanto a maioria dos sobreviventes parece disposto a acreditar uma vez mais na CRUEL para com isso recuperar as memórias perdidas, Thomas, Newt e Minho têm um plano bem diferente: escapar às garras da CRUEL e partirem rumo ao desconhecido, tentando encontrar algo para lá da manipulada realidade em que estão imersos desde que têm memória de existir.
Ainda que forneça todas as peças em falta para completar o imenso quebra-cabeças iniciado com uma Clareira e o insondável labirinto, “A Cura Mortal” (Editorial Presença) – o desfecho da série Maze Runner – é, mais do que o encerrar de uma grande história ou de um retrato utópico ou distópico de uma sociedade futura, um alerta para o mundo actual onde, mesmo que vivendo um estado de negação permanente, sabe que caminha a passos largos para o seu final. A questão que James Dashner parece querer colocar é esta: teremos também nós a oportunidade de um novo começo?
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