Abril é mês de Festival Política e este ano não é excepção. De 21 a 24 de Abril, o Cinema São Jorge, em Lisboa, recebe mais uma vez uma programação com várias propostas que vão de filmes, a concertos, debates, performances, espectáculos e conversas. O objectivo é o de convidar à discussão e consciencialização cívica, individual e colectiva, através de várias formas de expressão política e artística.
Este ano, com a guerra na Europa como pano de fundo, o tema central do Festival Política é a Desinformação, enquanto ameaça à democracia, factor de polarização, discriminação e marginalização de grupos populacionais, e elemento que mina a confiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo.
Os destaques recaem sobre propostas desenvolvidas especialmente para esta edição: o espectáculo de humor “A Grande Mentira“, de Hugo van der Ding, que promete uma viagem aos grandes mitos e enganos da nossa História; a estreia de “A música Invisível“, de Tiago Pereira, um documentário que explora a riqueza e a influência da música cigana em Portugal; a performance “Negras“, junta Sílvia Barros na música e o colectivo Mulheres Negras Escurecidas, e que irá colocar a discussão a sua invisibilidade social e política.
O cinema continua a ser central na programação do Política, com a exibição de 22 filmes. Em destaque estão documentários como “O Teu Nome É“, de Paulo Patrício, dedicado ao caso de homicídio de Gisberta Salce Jr; “Alcindo“, de Miguel Dores, sobre a noite de 10 de Junho de 1995 que culminou no assassinato de Alcindo Monteiro; “My heart is there, my body is here“, de Pedro Cruz e João Doce, dedicado à realidade dos refugiados em Portugal, ou “Rua do Prior 41“, de Lorenzo d’Amico de Carvalho, que acompanha uma ocupação de uma casa nessa rua de Lisboa logo a seguir ao 25 de Abril. Tendo como pano de fundo o tema Desinformação, será exibido o documentário “A nossa bandeira jamais será vermelha“, de Pablo López Guelli, que apresenta a luta dos jornalistas independentes no Brasil para romper o embargo informativo imposto pelas famílias que dominam o sistema de informação do país. Um filme que ajuda a perceber como é que Jair Bolsonaro foi eleito.
De regresso à programação, de forma presencial, está o Cara-a-Cara com Deputados, encontro entre cidadãos e deputados representantes dos partidos eleitos para a Assembleia da República. Rui Oliveira Marques, co-director artístico, refere que “depois de duas edições limitadas pelas contingências da covid-19, programamos quatro dias com 24 actividades presenciais no Cinema São Jorge, onde não faltarão oportunidades para conhecer realizadores, artistas e activistas, participar nos debates e conversas ou falar com um deputado para apresentar uma ideia, proposta ou questão. Retomamos as actividades em simultâneo com as três salas do São Jorge e o foyer ocupadas com o maior festival dedicado à cidadania e participação política do país“.
Todos os eventos do festival são gratuitos e, de forma a garantir a acessibilidade e inclusão, são também acompanhados por tradução em Língua Gestual Portuguesa. Todas as sessões de cinema são legendadas em português, incluindo as de língua portuguesa. Os bilhetes para cada dia estão disponíveis apenas no próprio dia, na bilheteira do Cinema São Jorge. A inscrição nas actividades online deve ser feita para o email (participa.politica@gmail.com). Após a edição de Lisboa, o festival ruma a Braga, entre os dias 5 a 7 de Maio.
O Festival Política é um conceito da Associação Isonomia e conta com a direcção artística de Bárbara Rosa e Rui Oliveira Marques. Com co-produção da EGEAC e da Produtores Associados. Conta com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, Instituto Português do Desporto e Juventude, Parlamento Europeu – Gabinete em Portugal, Comissão Nacional de Eleições, da Câmara Municipal de Braga, da InvestBraga, a par das agências FCB e this is ground control, o festival decorre no Cinema São Jorge, de 21 a 24 de Abril (Lisboa) e no Centro de Juventude de Braga, de 5 a 7 de Maio (Braga).
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