No dia 3 de Junho, simultaneamente com a estreia em sala, no Cinema Ideal, a Filmin Portugal recebe a grande obra de Mark Cousins, “Women Make Film”, uma história do cinema feita apenas com filmes realizados por mulheres e com 14 horas de duração, assim como a estreia de “Be Natural: A História nunca contada de Alice Guy-Blaché”. Ficam as devidas apresentações à boleia da informação que nos chegou à redacção.
“Women Make Film – As Mulheres fazem Cinema”, de Mark Cousins, e “Be Natural – A História Nunca Contada de Alice Guy-Blaché : A Primeira Mulher Realizadora da História do Cinema”, de Pamela B. Green, são dois trabalhos fundamentais, porque demasiadas vezes a História do Cinema se conta no masculino – e, por isso, não se reconhece ou é totalmente apagado da história o nome de realizadoras que foram inovadoras, imprescindíveis e que realizaram filmes extraordinários.
Quem sabe quem foi Alice Guy-Blaché? Quase todos reconhecem o nome dos irmãos Lumière, mas quantos saberão o nome da primeira mulher a realizar um filme? Contemporânea dos Lumière e inovadora na forma como se serviu do cinema para contar uma história. “Be Natural – A História Nunca contada de Alice-Guy Blaché – A Primeira Mulher Realizadora da História do Cinema”, narrado por Jodie Foster e realizado por Pamela B. Green, retrata a carreira desta secretária da Gaumont que, um ano depois de realizar o seu primeiro filme, se torna directora de produção da empresa, realizando dezenas de filmes. Uma carreira que duraria mais de vinte anos, realizando e produzindo mais de mil filmes em França e nos Estados Unidos (onde foi a primeira mulher a fundar um estúdio de cinema).
E, se em “Be Natural” se faz justiça à primeira mulher realizadora, em “Women make Film – As Mulheres Fazem Cinema” Cousins faz a reescrita necessária de toda a História do Cinema. Narrado por Tilda Swinton, Jane Fonda e Debra Winger, entre outras mulheres, esta é uma viagem em direcção ao desconhecido ou ao que raramente foi visto por aquilo que é. “Women Make Film – As Mulheres Fazem Cinema” é um épico sobre a história do cinema realizado por mulheres, com excertos de mais de mil filmes realizados desde os primórdios do cinema.
Segundo Cousins, muitos trabalhos sobre a história do cinema retratam apenas o trabalho de realizadores. Com este filme, ele cria uma “escola de cinema em que todas as professoras são mulheres”, porque há muita ignorância e cegueira sobre as mulheres cineastas. O que ele pretende é desafiar essa cegueira e fazer luz sobre o trabalho extraordinário de inúmeras mulheres no cinema. O foco não está nas biografias das cineastas, ou nos obstáculos que elas enfrentaram, mas na sua arte.
Alguns dos seus nomes são-nos familiares: Akerman, Arzner, Bigelow, Campion, DuVernay, Harron, Kopple, Lupino, Spheeris, Varda. Mas também existem inúmeras descobertas entre os 150 filmes em mais de 30 línguas citados neste épico.
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