“Eu sei como é ser pequeno na cidade”. É com esta frase, depois de terem sido servidas algumas ilustrações em forma de vinhetas, que tem início “Ser Pequeno na Cidade” (Fábula, 2021), um livro infantil sobre a solidão que estabelece uma ligação umbilical ao universo da banda desenhada.
Há páginas duplas e outras onde tiras diversas competem entre si, pela atenção e o olhar do leitor, que se irá perder numa realidade silenciosa, ver – ou imaginar – o semáforo a mudar de cor, ouvir o ranger dos pneus de uma bicicleta ou ver-se reflectido na gélida e impessoal fachada de um arranha-céus.
Enquanto as sirenes dos carros se fazem ouvir, bem como o martelar e escavar de uma cidade em permanente construção, o pequeno desta história vai caminhando bem agasalhado por entre os flocos de neve, escutando conselhos e dicas sobre como lidar com becos, cães ou esconderijos. Até que entra em cena um narrador surpresa, falando de tudo aquilo que nos assusta mas que impele à descoberta de nós próprios e do que nos rodeia, lembrando a este pequeno viajante que há sempre um porto seguro ao qual poderá regressar.
Sydney Smith é um ilustrador canadiano, que já levou para casa prémios como a Medalha Kate Greenaway e diversas nomeações do The New York Times para Melhor Livro Infantil Ilustrado do Ano. “Ser Pequeno na Cidade”, o primeiro livro que escreveu e ilustrou, venceu entre outros o Prémio Ezra Jack Keats.
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