“Este é um conto de fadas de sangue e balas. É a história de duas mulheres e três homens que não podem morrer. A maioria das vezes”. É com este embalo que tem início “Abrir Fogo” (G. Floy, 2020), o primeiro volume da série A Velha Guarda, que conta com argumento de Greg Rucka – um dos mais aclamados e premiados escritores de comics da actualidade – e a arte de Leandro Fernández, que capta com esmero este mundo habitado por um grupo de imortais com apetites bélicos.
Andy, Nicky, Joe e Booker vêm de trás, tão de trás que será preciso recuar até Alexandre e a Alexandria para assistirmos ao nascimento desta longa imortalidade que, ao longo dos séculos, juntou um grupo que viveu sonhos comuns e se transformou numa irmandade. A eles se vai juntar, no tempo presente, a rookie Nile, que entra de cabeça numa trama onde há vilões que poderiam desafiar James Bond, manuais sobre chantagem e uma improvável ratazana que parece querer abraçar a finitude. Afinal, “a vida não significa nada se não valer algo”.
Um livro onde o lado bélico e armado está sempre presente, evocando de quando a quando pérolas como estas: “O amor é como a guerra; fácil de iniciar, mas muito difícil de parar” ou “O tempo leva tudo. O tempo ganha sempre”. Acção a rodos e cores vibrantes, numa história que, ainda que não passe do morninho neste arranque, já chegou ao pequeno ecrã através de uma adaptação da Netflix, que conta com Charlize Theron no papel de Andrómeca – o nome artístico para esse furacão chamado Andy.
Sem Comentários