Será preciso recuar uma porrada de anos no calendário para descobrir a data da publicação original de “O Prisoneiro de Zenda” (Sextante, 2019), o nono livro da colecção Biblioteca dos Tesouros, publicada com muito aprumo pela Sextante Editora: 1894.
O livro foi escrito por Anthony Hope, romancista e dramaturgo inglês, armado Cavaleiro em 1918 pela sua contribuição para a propaganda Aliada durante a Grande Guerra. Rapidamente se tornou num dos mais celebrados romances de aventuras, reunindo tudo aquilo que se pede a um livro deste género: acção, amor, coragem e abnegação, numa narrativa que tem lugar nos confins misteriosos da Europa Central.
O protagonista dá pelo nome de Rudolf Rassendyl, um ruivo de 29 anos que gosta de viver de rendas e decide visitar a Ruritânia em vésperas da coroação de um novo rei. Um rei que até poderia ser um primo afastado na árvore genealógica, mas que, em boa verdade, poderia passar como seu irmão gémeo,
Na véspera da coroação, o meio irmão do rei droga-o e rapta-o, e Rudolf acaba, depois de sentir que está a cumprir um serviço à pátria, por desempenhar o papel do rei, para que a coroação decorra tranquilamente e seja evitado um golpe de estado que vire a Ruritânia de pernas para o ar. É só fazer a barba e não haverá quem note a diferença.
Porém, aquilo que poderia parecer papel para uma só noite, acaba por se tornar num desempenho a ameaçar a longevidade de um Cats, com muita paixão pelo meio a pesar na vontade de regressar a casa. Uma história de aventuras onde o dever trava um duelo com a paixão, não conseguindo escapar à ideia do sacrifício. E onde, a certa altura, se descobre um fantástico mantra gastronómico, que poderia ser gravado num azulejo de cozinha: “Quem come sem beber é o gado”.
Mais um volume da colecção Biblioteca de Tesouros, que conta até ao momento com os seguintes títulos: “A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia”, de Selma Lagerlöf; “O Prisioneiro de Zenda”, de Anthony Hope; “A História do Rei Artur e dos Seus Cavaleiros”, de Howard Pyle; “Coração”, de Edmondo De Amicis; “A Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells; “Scaramouche”, de Rafael Sabatini; “Krabat – O Moinho do Feiticeiro”, de Otfried Preussler; “As Aventuras de Robin dos Bosques”, de Howard Pyle; “A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson; “Os Três Mosqueteiros”, de Alexandre Dumas.
Sem Comentários