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“Crime, disse o livro” | Anthony Horowitz

Por Luísa Velez · Em 15/03/2020

A literatura policial/criminal, na actualidade, apresenta-se com uma diversidade de géneros e com estilos para todos os gostos: há os clássicos, os nórdicos, as sagas protagonizadas por detectives em todos os canto do planeta. Em o “Crime, disse o livro” (Clube do Autor, 2019), Anthony Horowitz – com uma vasta carreira no “mundo do crime”, quer como argumentista/criador de séries como “Midsomer Murders”, quer como escritor convidado para dar continuidade de romances de Sherlock Holmes – tenta, de forma supostamente original, oferecer-nos um tutorial sobre literatura policial, com uma dose dupla de mistério que decorre em duas realidades distintas.

O autor interroga-nos sobre o motivo da preferência e da necessidade deste tipo de literatura: “Porque será que precisamos tanto de livros policiais e o que têm eles que tanto nos atrai – o crime ou a solução? Teremos alguma necessidade primária de ver sangue derramado por termos vidas seguras e confortáveis?”.

A resposta é dada através da personagem principal, a editora Susan Reyland, impelida a investigar a morte do escritor Alan Conway, famoso pelos seus policiais e que lhe deixa nas mãos a sua última obra – à qual, de forma inexplicável, falta o final.

É na primeira pessoa, enquanto editora, que ouvimos as múltiplas razões da adesão ao estilo policial: “Esse é o poder particular dos policiais – que têm, acho, um lugar especial na panóplia da ficção literária, porque, de todas as personagens, o detective é aquele que desfruta de uma relação mais singular com o leitor. No fundo, este género de livros trata da verdade: nem mais, nem menos. Num mundo de incerteza, não é satisfatório chegar à última página com todos os pontos nos i? As histórias imitam as nossas experiências no mundo“.

Crime disse o livro, Clube do Autor, Deus Me Livro, Crítica, Anthony HorowitzEnquanto acompanhamos Susan Reyland na sua investigação, somos agraciados com alguns segredos das celebridades, como a relação dos escritores com as suas personagens – por exemplo, o facto de Agatha Christy ter passado a odiar Hercule Poirot quando deixou de escrever sobre ele, descrevendo-o como “um pequeno pulha, detestável, bombástico, cansativo e egocêntrico“.

A justificação da escolha das pequenas terriolas para cenário ideal também está fundamentada: “As emoções, que rapidamente se dissipam no barulho e caos da cidade, apodrecem na praça da vila, impondo às pessoas psicoses e violência. E isso é uma dádiva para um escritor de policiais. Também há a vantagem da conectividade. As cidades são anónimas, mas numa pequena comunidade rural toda a gente se conhece, tornando-se mais fácil inventar suspeitos“.

Para quem é aficcionado deste estilo, avesso aos estereótipos a ele associados – e que tanto lê Edgar Allan Poe como Agatha Christie, Raymond Chandler ou Stieg Larsson -, talvez se sinta como que empurrado para o divã sem marcação prévia, para uma introspecção que não pediu e que poderá levar uma eternidade a decidir se terá ou não algum interesse. Que nos perdoem os psicanalistas.

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Luísa Velez

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